CI

Trigo requer políticas públicas urgentes

O preço do produtor variou, no período de um ano, apenas 36%; em contrapartida, a cotação do trigo importado variou 123%


O deputado Heitor Schuch (PSB) criticou na quinta-feira (03-04), em sessão plenária na Assembléia Legislativa, a importação de mais de 7 milhões de toneladas de trigo, diante de um consumo de 10,5 milhões de toneladas anuais, frente à produção de apenas 3,8 milhões de toneladas, na última safra, garantindo menos de 40% do abastecimento – apesar disso, o País exportou mais de 400 mil toneladas do produto. Apenas o Rio Grande do Sul produziu, na safra passada, 1,6 milhões de toneladas – a demanda do Estado é de 1 milhão de tonelada e houve importação de 424 mil toneladas, ao custo de U$ 90 milhões. A soma da produção e da importação atinge o montante de 2,02 milhões de toneladas, obrigando o Estado a exportar o excedente da safra, ou seja, cerca de 1 milhão de tonelada.


O preço do produtor variou, no período de um ano, apenas 36%; em contrapartida, a cotação do trigo importado variou 123%. O deputado questiona: “quem está ficando com esse diferencial?” E ele mesmo acrescenta que, certamente, “não são os agricultores”. Embora as cotações das commodities estejam boas, o triticultor gaúcho não tem se beneficiado dos bons preços e os consumidores pagam caro pelo pãozinho e derivados do trigo.

Schuch sugere que o governo federal coloque em prática o Plano Qüinqüenal para Desenvolvimento da Cadeia Produtiva do Trigo, como estratégia de fortalecer a produção, a médio prazo, e abastecer, no mínimo, 60% da demanda nacional, que é da ordem de 10,5 milhões de toneladas, proposto pelas entidades do setor. O deputado ainda defendeu a elevação do preço mínimo para safra 2008 para R$ 500,00 a tonelada ou seja R$ 30,00 a saca; a manutenção da TEC de 10% para entrada de trigo de terceiros mercados a partir de 30 de junho quando termina a redução para zero a tarifa; maior abrangência do Seguro Agrícola; adoção de medidas compensatórias contra entrada da farinha Argentina que deprecia os preços aos produtores e: elevação dos valores de referência para liberação do custeio da safra diante do aumento do preço do adubo em mais de 100% e maior aporte de recursos para custeio, pelo Banco do Brasil, pois os R$ 250 milhões anunciados atende apenas 30% da área a ser plantada no Rio Grande do Sul.


Já para o governo estadual, o parlamentar do PSB pede a revisão da questão do ICMS do trigo vendido para fora do Estado, com alíquotas de 7 e 12 %, dependendo da região, contra 2% em alguns estados, e zero em outros. Schuch ainda defende maior aporte de recursos, pelo Banrisul, além dos R$ 35 milhões já anunciados para custeio do trigo, safra 2008. As informações são da assessoria de imprensa da Assembléia Legislativa/RS.

Assine a nossa newsletter e receba nossas notícias e informações direto no seu email

Usamos cookies para armazenar informações sobre como você usa o site para tornar sua experiência personalizada. Leia os nossos Termos de Uso e a Privacidade.