Tudo permanece igual no mercado gaúcho de trigo

No Brasil, percebe-se uma nítida retração por certos produtos, a farinha comum para biscoitos, por exemplo, com a concorrência com os doces agora feitos em casa com a pandemia, de acordo com a TF Agroeconômica. Como o Rio Grande do Sul é um grande fornecedor desta farinha, está sofrendo retração ao redor de 30% na moagem. 

“Com isto, seus estoques se alongam e a demanda por trigo em grão diminui. Esta é a explicação para o sumiço dos vendedores para compras FOB em fevereiro. Os moinhos só aceitam “barbadas”, Indicando R$ 1.420,00/R$ 1450 CIF para março/abril, mas os vendedores querem R$ 1450/1500 FOB fevereiro/março. O trigo argentino caiu tanto que está mais barato que o paranaense”, comenta a consultoria. 

Em Santa Catarina, os moinhos abastecidos ficam fora do mercado esperando compras de oportunidade. “Os moinhos do estado, razoavelmente abastecidos e com moagem reduzida em aproximadamente 30%, tem seus estoques ficam alongados e não precisam comprar a curto prazo. Como consequência, ficam fora do mercado, só considerando ofertas com preços de oportunidade. Os preços locais acompanham os estados vizinhos mais um pouco de frete, ao redor de R$ 1,550/1.600,00CIF moinhos”, indica.  

No Paraná, o trigo argentino com 12% praticamente empata com trigo local e o de 11,5% já tem vantagem. “Com a nova queda forte dos preços do trigo argentino, as cotações CIF moinhos do Paraná começam a empatar (12% ou até a levar vantagem (11,5%) sobre os trigos locais. Isto deve frear ainda mais a alta dos preços a curto prazo no estado e no país. Para o trigo local, continua a diferença de preços que fica muito longe: vendedores pedem R$ 1.550/1.600,00 FOB e compradores (quando aparecem) oferecem no máximo R$ 1.500,00 CIF”, conclui.