UE exige noventena para animal de zona de aftosa
Muitos pecuaristas ainda desconhecem ou não compreendem a exigência
Apesar de insistentemente divulgada pelas entidades do setor, muitos pecuaristas ainda desconhecem ou não compreendem bem a exigência européia de noventena para animais suscetíveis de febre aftosa que procedam de zonas não-habilitadas para exportação de carnes para aquele continente. A advertência foi feita pelo presidente do Fórum Nacional da Pecuária de Corte, da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), Antenor Nogueira.
De acordo com o dirigente do fórum, por simples desinformação, muitos pecuaristas não têm se resguardado em relação a animais procedentes de zonas não-habilitadas e como consequência suas propriedades estão sendo interditadas por 90 dias, prazo em que fica proibido de encaminhar bois para abate em frigoríficos habilitados para exportar para a União Européia. De acordo com Antenor Nogueira, ao adquirir animais em outros Estados o produtor deve se informar se o município de procedência dos mesmos integra zona habilitada.
Controle:
O gerente de sanidade animal da Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa), Willian Vilela, explica que apenas Goiás, Santa Catarina e Rio Grande do Sul têm seus territórios integralmente habilitados para exportar carne para a União Européia. “Outros Estados, como Mato Grosso e Minas Gerais, têm apenas parte dos seus municípios habilitados”, diz o técnico da Agrodefesa. Segundo ele, a agência tem mantido um estrito controle dos animais vindos de outros Estados, tendo em vista que qualquer negligência em relação à exigência pode resultar em desabilitação de Goiás para exportar para a União Européia.
Conforme Willian Vilela, quando um Estado comunica o trânsito de animais para Goiás, se procedente de área não-habilitada, a Agrodefesa monitora a chegada dos mesmos à propriedade de destino e a mantêm sob vigilância até o fim dos 90 dias exigidos pela União Européia. “O produtor precisa estar ciente de que não só o gado que chega fica de noventena, mas todos os animais suscetíveis de febre aftosa que estejam na propriedade” diz o veterinário.
Descuido:
O gerente de Sanidade Animal da Agrodefesa adverte ainda para um descuido corrente entre os produtores: adquirir animais de propriedade sob noventena, ficando as suas automaticamente sob o mesmo procedimento. “O mais aconselhável, portanto, é que o pecuarista ao adquirir animais se informe claramente sobre a situação da propriedade de origem, com relação à noventena”, diz. Já Antenor Nogueira aconselha o pecuarista que tenha comércio muito intenso, que tenha uma propriedade para noventenar os animais e outra para terminá-los para exportação.