A Comissão Executiva da União Européia propôs ontem um projeto de lei que rotula cereais, margarinas e outros produtos alimentícios que tenham sido "fortificados" com vitaminas e sais minerais. O projeto de lei requer que o Órgão Europeu de Segurança Alimentar (EFSA) crie uma lista de suplementos aprovados, com a exclusão de ervas medicinais, proteínas e aminoácidos, estabelecendo nos produtos os níveis máximos de ingestão diária.
Segundo a comissão, "vitaminas e minerais nas quantidades certas são parte essencial de uma dieta saudável, mas as pessoas freqüentemente não se dão conta que o excesso inclusive de coisas boas pode ser prejudicial."
A CE acrescentou que altos níveis de algumas substâncias, como a vitamina A, tornam-se tóxicos para gestantes e pessoas com distúrbios hepáticos. A proposta de rotulagem deve ser aprovada pelos governos da UE e pelo Parlamento Europeu. De acordo com o texto, as bebidas alcoólicas enriquecidas com vitaminas serão proibidas, e permanecerão os nutrientes em frutas frescas, legumes e carnes, informaram as autoridades.
David Byrne, comissário do bloco europeu para a Saúde Pública, disse que "as pessoas que escolherem acrescentar nutrientes à sua dieta, selecionando produtos alimentícios fortificados com vitaminas e minerais, devem se assegurar por meio de rótulos detalhados e precisos, a fim de evitar o risco de ingerir vitaminas em excesso."
A porta-voz da CE, Beate Gminder, anunciou que foram as queixas dos consumidores que forçaram a proposta, respaldada por grupos industrias. "Estamos satisfeitos com o fato de a segurança ao consumidor permear a proposta da comissão e que todo o alimento enriquecido por vitaminas e minerais seja seguro para ingestão", ressaltou Thierry Dieu, da Confederação dos Setores Alimentício e de Bebidas da UE. Os 15 países do bloco atualmente possuem suas próprias regras de rotulagem.