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UE responde ao País atacando o Proálcool


A União Européia (UE) contra-ataca. Depois de o Brasil apresentar, nesta semana, à Organização Mundial do Comércio (OMC), uma queixa contra os subsídios dados pelos europeus aos produtores de açúcar, Bruxelas emitiu um comunicado de imprensa em que denuncia o governo brasileiro de ter destinado US$ 4 bilhões para o setor açucareiro nacional.

Na queixa à OMC, o Brasil, com a Austrália e Tailândia, acusa a União Européia de dar subsídios ilegais a seus produtores, distorcendo o mercado internacional e competindo de forma desleal. Em seu comunicado de ontem, porém, a UE não deixa por menos. Além das críticas contra o Brasil, Bruxelas denuncia que australianos e tailandeses mantêm seus mercados fechados para a importação do açúcar.

Segundo a UE, o fato de o Brasil ter aumentado as exportações de açúcar de 1,6 milhão de toneladas em 1990 para mais de 12 milhões, neste ano, somente pode ser explicado pela existência de subsídios, que teriam sido dados por meio do programa Proálcool. Além disso, Bruxelas lembra que a produção brasileira de cana-de-açúcar quadruplicou entre a década de 70 e o fim dos anos 90.

Na Comissão Européia, as autoridades informam que irão levar o tema às futuras reuniões com os brasileiros. Bruxelas, entretanto, afirma que, por enquanto, não deverá formalizar uma queixa na OMC contra o Proálcool.

Outra acusação dos europeus: a queixa brasileira afetará, acima de tudo, os exportadores africanos que contam com preferências no mercado europeu.

Bruxelas acredita que, ao levar o caso à OMC, o Brasil forçará a UE a eliminar os benefícios aos africanos. "Essa disputa é difícil de ser compreendida. Não é nada mais do que um ataque às preferências dadas pela UE aos países em desenvolvimento", afirmou Franz Fischler, comissário agrícola do bloco.

O Brasil rejeita as acusações feitas pela União Européia e argumenta que, se a queixa for vencida pelo País na OMC, não impedirá os europeus de continuarem a importar açúcar da África. "O que estamos questionando são os subsídios europeus", afirma um diplomata brasileiro.

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