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Usineiro lucra com venda de energia

Agora os investidores também começam a lucrar com a venda de energia elétrica


Ganhar dinheiro no setor sucroalcooleiro já virou redundância. Além das elevadas cotações do açúcar e do sucesso do álcool combustível, agora os investidores também começam a lucrar com a venda de energia elétrica. Nos últimos leilões feitos pelo governo, as usinas de açúcar e álcool tiveram participação relevante e contribuíram para elevar a oferta de eletricidade no País, que vive momento delicado com escassez de hidrelétricas para leiloar.

Segundo dados da União da Agroindústria Canavieira de São Paulo (Unica), além do consumo próprio, o setor já tem contrato de cerca de 1.600 MW de energia com o sistema elétrico, incluindo os projetos do Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa).

O potencial é enorme, especialmente por causa da expansão do setor, afirma o assessor da área de Co-geração da Unica, Onório Kitayama. Ele explica que em cada leilão promovido pelo governo apareceram, em média, 30 usinas querendo vender eletricidade. Nem todos, porém, fecharam contrato por causa do preço.

Kitayama calcula que o setor teria capacidade de produzir cerca de 8 mil MW de energia para o sistema elétrico - quase a capacidade da Usina de Tucuruí, no Pará. Ele explica que, nas usinas que estão sendo construídas, os investidores estão optando por caldeiras de alta pressão, que elevam o potencial de geração de energia. Esse é o caso de Cosan, Grupo Ferrari e Grupo Zilo Lorenzetti.

Além dos leilões do governo, essas empresas estão de olho no mercado livre de energia, que tem crescido a taxas expressivas nos últimos anos. Hoje já representa 20% de todo o consumo do País. O presidente da Comercializadora Comerc, Marcelo Parodi, lembra que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou, na quinta-feira, a regulamentação da venda direta de energia alternativa para clientes com consumo acima de 0,5 MW. Nesse grupo, estão hospitais, hotéis e shoppings, entre outros, diz ele.

Essa mesma lei garante que a energia produzida por fontes alternativas até 30 MW tem 50% de desconto na tarifa de transmissão, o que torna a eletricidade competitiva no mercado. “No fim, as empresas que compram essa energia acabam tendo uma economia de 15% a 20% na conta de luz”, afirma Parodi. A medida deverá fazer com que em cinco anos cerca de 500 empresas deixem o mercado cativo para se tornarem livres.

A Crystalsev acaba de montar uma cooperativa com cerca de dez usinas para estrear no mercado livre, afirma o gerente de comercialização da empresa, Celso Zanato. Ele explica que o número de usinas pode aumentar com o desenvolvimento do mercado. Além disso, aproveitar o bagaço da cana e a palha para produzir energia é um grande negócio.

A Cosan também tem planos de entrar no mercado livre. Mas, por enquanto, ela só tem vendido energia no leilões promovidos pelo governo federal. A empresa tem 17 usinas e todas produzem eletricidade para consumo próprio, diz o gerente de Relações com Investidores da empresa, Guilherme Almeida. Além de contratos com a CPFL, a companhia vendeu energia de três usinas no leilão de 2005 e 2006. “Temos mais 14 usinas que poderíamos vender energia, mas desde que o preço seja interessante.

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