Usineiros de Goiás pagam mais por arrendamento
O pagamento pode ser de mais de dez vezes a quantidade paga para outros cultivos como a soja
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A expansão das áreas destinadas ao plantio da cana-de-açúcar é motivada principalmente pela boa rentabilidade paga pelos usineiros. Para produtores de Goiás, nas cidades onde a cultura é mais expressiva, o pagamento pode ser de mais de dez vezes a quantidade paga para outros cultivos como a soja.
O presidente do Sindicato Rural de Jataí, Mozart Carvalho de Assis, explica que no município as terras mais próximas da usina subiram cerca de 50%. “Mas essa valorização não passa de especulação, porque ainda não foram fechados negócios nesse sentido”, diz. Mozart explica que o raio de ação de uma usina de porte médio, que trabalha com 30 mil hectares, é de 30 quilômetros. Ele acredita que a valorização diminui na mesma proporção que aumenta a distância entre a terra e a usina.
Ele afirma que somente os produtores com áreas próximas a usinas podem se beneficiar da valorização. Isso porque a cana tem uma diferença primordial em relação à soja como os custos com transporte, por exemplo. “Quem produz o grão em uma região pode vender para vários lugares. Já quem planta cana, por causa da inviabilização dos custos com o frete só consegue vender para uma usina”, explica.
Na cidade, além da usina existente, uma outra está em processo de implantação e outras duas planejam explorar a região. Pelo fato da cana ser uma cultura semiperene e com ciclo de cinco a sete anos, ele acredita que a valorização talvez não se mantenha a longo prazo.
Substituição – De acordo com informações da Federação da Agricultura do Estado de Goiás (Faeg), no município de Quirinópolis, sudoeste goiano, da área de 50 mil hectares de soja plantada na região, mais de 40 mil já viraram cana. Em Santa Helena, também no sudoeste do Estado, de toda a área destinada para o plantio de soja, milho e criação de gado, nos últimos dois anos a cana tomou 70%.
O presidente do Sindicato Rural da cidade, Santo Garcia, diz que pela crise vivida pelo setor agropecuário este aumento foi mais uma recuperação de preços que a valorização propriamente dita. Ele comenta que a região está praticamente tomada por cana-de-açúcar. O titular do Sindicato Rural de Santa Helena não acredita que os valores da terra possam aumentar mais, ao menos na cidade. Isso porque a maioria das áreas destinadas para o cultivo da cultura encontram-se nas mãos dos usineiros.
O prazo de vigência dos contratos consiste em quatro cortes de cana e tem a duração de cinco anos, podendo ser prorrogado por mais um ano. No caso do proprietário que arrenda suas terras para as usinas ou para terceiros, a remuneração varia de acordo com a terra e a localização.