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Usineiros voltam a pedir verba para estocar álcool


Os fabricantes de álcool consideram que a alta das cotações do barril do petróleo e dos preços da gasolina configura uma tendência que resultará na valorização do álcool. Na reunião de ontem da Câmara Setorial do Açúcar e do Álcool, realizada no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, os produtores fizeram uma análise conjuntural do setor sucroalcooleiro e pediram ao governo a liberação de R$ 500 milhões para estocagem.

"Começamos a viver um novo momento com o petróleo e a gasolina com preços altos. Portanto, a valorização da commodity álcool será natural", diz o presidente da Câmara Setorial do Açúcar e Álcool, Luiz Carlos Carvalho. Em sua análise, a demanda pelo etanol virá de duas frentes. Primeiro, de forma imediata, da quebra de safra da Índia e redução das exportações feitas pela União Européia, que tendem a abrir espaço ao insumo brasileiro.

Segundo, por meio dos avanços nas negociações para uma associação bi-regional entre o Mercosul e a UE. "O mercado para o álcool mostra-se bastante promissor na Ásia, tanto na China, quanto na Coréia, Japão e Índia. E na Europa, a Suécia se abriu e acreditamos que a Alemanha e outros também vão se abrir."

Com o início da safra 2003/04 do açúcar e álcool, os produtores aproveitaram para reforçar as negociações com o governo sobre os encargos que incidirão sobre a carteira de R$ 500 milhões que será oferecida à estocagem. A reivindicação dos integrantes da câmara setorial é que os juros sejam definidos em 9,5% ao ano mais IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). Esses recursos deverão ser suficientes para a armazenagem de um bilhão de litros de álcool, o equivalente ao consumo de um mês. Os recursos serão provenientes da arrecadação da Contribuição de Intervenção sobre o Domínio Econômico (Cide).

Os representantes do setor sucroalcooleiro estimaram que haverá ampliação das exportações de açúcar e álcool neste ano em relação a 2003. Considerando o volume de 1,2 bilhão de litros de álcool e de 14,5 milhões de toneladas de açúcar embarcados em 2003, projeta-se para 2004 acréscimo de 1,5 milhão de toneladas de açúcar de 400 a 500 milhões de litros de álcool.

Segundo a balança comercial do agronegócio, entre janeiro e março deste ano os embarques destes dois tipos de produto aumentaram 43%. As receitas com as exportações passaram de US$ 399 milhões no primeiro trimestre do ano passado para US$ 571 milhões. Com a entrada da safra, a tendência é de pouca volatilidade dos preços. "Neste ano, os preços cairão menos porque a safra está bem desenhada".

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