Vacas de 'pedigree', leite de qualidade
Em Umuarama, programa de inseminação artificial tem ajudado pequenos produtores a melhorar o rebanho
Aumentar a produtividade por cada animal leiteiro e alavancar a renda das famílias do campo estão entre os objetivos do Programa de Inseminação Artificial (PIA). Implantado pelo Governo Estadual no final da década de 80, o programa foi deixado de lado aos poucos, com o passar dos anos, pela maior parte dos produtores. Mas na região de Umuarama, Noroeste do Estado, o programa ainda é levado muito a sério. Atualmente 29 municípios nessa área são atendidos pelo PIA, envolvendo, em média, 50 agricultores em cada um. E o resultado tem sido positivo, principalmente para a melhoria de vida desses produtores.
''A gente vê diariamente melhorias no segmento leiteiro dentro dessas propriedades. É muito interessante o profissionalismo com que o produtor encara a idéia'', conta Cid Clay Gabarão, técnico responsável da Secretaria de Estado de Agricultura e Abastecimento (Seab), e um dos principais incentivadores do projeto na região.
Sem apresentar dados comparativos, Gabarão garante que a produção em Umuarama e municípios vizinhos tem aumentado gradativamente. A região ainda está longe de ser uma das principais produtoras. Conforme o Departamento de Economia Rural (Deral), órgão ligado à Seab, ocupa a 9 posição no ranking estadual, com produção anual de 93 milhões de litros (números de 2006) e representa apenas 3,4% do que é produzido no Paraná.
Mas isso não é problema nem empecilho. Gabarão tem como meta colocar a região entre as primeiras produtoras do Estado. ''É um sonho'', define o técnico, que tem atuado junto à secretaria e às prefeituras para que o PIA tenha continuidade e englobe um maior número de produtores. Segundo informações do Deral, a região de Toledo se consolida como a principal produtora de leite do Paraná, com produção anual (2006) de quase 416 milhões de litros. Em seguida estão Ponta Grossa, com 404 milhões de litros e Cascavel, com quase 392 milhões. As regiões respondem por 15,4%, 14,9% e 14,5% do que é produzido no Estado, respectivamente.
Sobre a importância do programa para alavancar o setor, Gabarão pontua que a inseminação artificial tem sido apenas a ''porteira de entrada'' da propriedade. Depois de implantar o PIA, os agricultores também recebem orientações no sentido de melhorar o pasto, a alimentação do gado, bem como o incentivo para implantar uma segunda atividade. ''Isso é muito importante porque em um período de crise, e o segmento do leite é bastante suscetível, o produtor pode contar com a renda de outro produto'', enfatiza.
O PIA, acrescenta o técnico, objetiva principalmente o melhoramento genético do rebanho e pretende, por exemplo, corrigir deficiências físicas do animal. ''Através da inseminação do sêmem de um touro de qualidade, a vaca pode ser bem mais produtiva e forte'', explica Gabarão. O programa, de acordo com ele, ainda segue os mesmos moldes de quando foi implantado. Um técnico inseminador visita as propriedades mensalmente, fornece o sêmem e presta todas as orientações.
O aumento da produtividade pode ultrapassar os 100%. E vacas que produziriam apenas 5 ou 6 litros de leite por dia, não fosse a inseminação, podem chegar a 20 ou 22 litros diariamente. Conforme o técnico, as raças holandesa e jersey são as mais comuns na região. Atualmente, o preço do litro de leite no local varia entre R$ 0,50 e R$ 0,60.
Segundo Fábio Mezzadri, técnico do Deral, são poucas realmente as propriedades inseridas dentro PIA em todo o Estado, a concentração está na região noroeste. Porém, o governo mantém um departamento de políticas voltadas especialmente para a atividade leiteira, que oferta cursos de especialização, profissionalizante, cursos dirigidos aos produtores (de manejo e produção), seminários, palestras, entre outros. Mezzadri ressalta que o Estado tem potencial para aumentar a produção, principalmente nas regiões sudoeste, noroeste e norte.
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