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Vai faltar armazém para estocar milho no Centro-Oeste

A safrinha recorde na região vai levar a uma grave falta de armazéns para o grão


Uma safrinha recorde no Centro-Oeste do País - 7,5 milhões de toneladas -, prevista por representantes de produtores, vai levar a uma grave falta de armazéns para o grão. Cerca de 30% da produção da região ficará desabrigada - segura no pé ou em lonas. O problema só não será maior porque, ao contrário de outros anos, parte da lavoura foi comercializada antecipadamente.

Com cerca de metade da colheita de soja já realizada, em algumas regiões de Mato Grosso o cultivo da safrinha de milho já começou. Em todo o Centro-Oeste fala-se em uma produção até 30% maior que a do ano passado.

"A tendência é que os sistemas sejam deficientes para o aumento que está sendo prospectado e isso pode se agravar com uma possível alta de produtividade da soja", diz Eduardo Riedel, vice-presidente da Federação da Agricultura de Mato Grosso do Sul (Famasul). Juntos, os três estados da região produzem quase metade da safra brasileira de soja e 20% da colheita de milho. Na avaliação dos especialistas, os problemas ocorrerão porque, além de um excesso de produção, quando o milho sair do pé, ainda haverá soja nos armazéns disponíveis.

"Quem armazena soja não tem interesse em guardar o milho", diz Pedro Arantes, analista de mercado da Federação da Agricultura de Estado Goiás (Faeg). Segundo ele, a capacidade estática de armazenagem é compatível com a safra de grãos, mas está mal distribuída e há problemas na operação. Além disso, neste ano, a safrinha será recorde: cerca de 1,8 milhão de toneladas.

Em Sorriso (MT), maior produtor nacional de soja, acredita-se que a área com milho safrinha seja recorde: 240 mil toneladas, um crescimento de 80%. O presidente do Sindicato Rural de Sorriso, Nelson Picolli, acredita que entre 40% a 50% da produção de milho da região tenha sido comercializada antecipadamente, a preços médios de US$ 4 a saca. Segundo ele, com esta venda, o produto é colhido e imediatamente escoado.

Antônio Galvan, presidente do Sindicato Rural de Sinop (MT), diz que a tendência para esta safra é de um aumento na ordem de 30% da plantação de milho em relação a 2006. O cultivo começa em fevereiro, tão logo as terras com cultura de soja sejam liberadas para receber os grãos. Como a região produz soja e arroz também, a expectativa é que faltem armazéns na região. "Vamos fazer armazenagem ao tempo, aproveitando o período da seca", diz.

Em Mato Grosso do Sul, a expectativa é que a produção da safrinha seja 20% maior. Segundo Riedel, além do aumento da produção de milho, a perspectiva de que a colheita de soja será maior que o esperado - pois acredita-se em uma produtividade maior, favorecida pelo clima - deve trazer problemas para a armazenagem dos grãos. Parte do problema, segundo ele, será resolvido com o escoamento da oleaginosa, pois metade da produção já foi comercializada. Aliado a isso, a safra de milho também foi vendida antecipadamente naquele estado.

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