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Reuters - A Companhia Vale do Rio Doce, que arrematou na quarta-feira (03-10) a concessão para exploração comercial do novo trecho da ferrovia Norte-Sul por 1,478 bilhão de reais, deverá priorizar no complexo o transporte de produtos agrícolas, especialmente soja, disse um diretor da empresa. "Soja é o carro-chefe pelas possibilidades que temos no Cerrado, no leste de Mato Grosso, em Tocantins e no norte de Goiás", disse a jornalistas o diretor-executivo de Logística da Vale, Eduardo Bartolomeo, em entrevista coletiva após o leilão.
Além de soja, a companhia espera transportar pelo novo corredor de carga arroz, milho, álcool e açúcar produzidos na região centro-norte do Brasil. A Vale foi a única habilitada a participar do leilão, pois apenas a empresa depositou junto à Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia (CBLC), dentro do prazo previsto, as garantias solicitadas o grupo mineiro ARG, que seria associado com chineses, e o Alvorada, com investidores russos, chegaram a se habilitar para o leilão, mas depois desistiram e não fizeram os depósitos.
O trecho arrematado pela Vale tem 720 quilômetros e liga Açailândia, no Maranhão, a Palmas, no Tocantins. Do total, 368 quilômetros estão concluídos, de Açailândia (MA) até Araguaína (TO). Segundo a Valec Engenharia e Construção, empresa do governo federal encarregada da obra, a parte restante de 352 quilômetros deverá estar concluída até o final do ano que vem. A Vale terá o direito de operar o trecho por um período de 30 anos.
A empresa já opera, desde 1996, outro trecho de 225 quilômetros da ferrovia Norte-Sul, entre Açailândia e Estreito, no Maranhão. Por esse trecho, foram transportadas 800 mil toneladas no primeiro semestre, principalmente soja e milho, além de fertilizantes, arroz, combustíveis e calcário. A expectativa de movimentação de carga em 2007 no trecho já operado pela Vale é de 1,7 milhão de toneladas de grãos.
Mas com o novo trecho, as possibilidades de transporte aumentam bastante. "Será um grande corredor de exportação do Brasil, com capacidade de escoar mais de 8 milhões de toneladas ao ano em 2013", destacou o executivo. Segundo Bartolomeo, esse volume também leva em consideração que, com a conclusão da ferrovia, mais sojicultores sejam atraídos para a região, aumentando a produção local.
O destino final da carga transportada pela Norte-Sul deverá ser, principalmente, o porto de Itaqui, no Maranhão, o que agilizará não apenas o transporte de grãos pelo interior do Brasil, mas reduzirá os preços de frete marítimo para exportações para a Europa, por exemplo. Seria uma rota alternativa de exportação, já que a maior parte da soja brasileira percorre todo o caminho do Centro-Oeste até os portos de Santos (SP) e Paranaguá (PR).
Atualmente, a Vale fatura com transporte de cargas 2,5 bilhões de reais ao ano. Com o novo trecho, a companhia vai operar em quase 10 mil quilômetros de ferrovias no país. O diretor não deu estimativas sobre quanto o faturamento poderia aumentar com a nova concessão. Entre 2007 e 2010, a Vale deverá investir em infra-estrutura da ferrovia cerca de 66 milhões de reais. Com as operações no novo trecho, a Vale estima que cerca de 50 mil empregos serão gerados a partir de 2009.
O presidente-executivo da Vale, Roger Agnelli, ao comentar a vitória da companhia no leilão, observou que o resultado mostra que a empresa não pode ser acusada de "monopolista". "Depois de pronto, é fácil dizer que a Vale é monopolista. Mas só a Vale apareceu no leilão", disse ele a jornalistas durante evento em Vitória (ES). Ele lembrou ainda que a companhia está ampliando as operações na mina de Carajás (PA).
"Assim como expandindo a ferrovia de Carajás que tem uma ligação com a Norte-Sul". O executivo acrescentou que "vai ter capacidade ociosa na ferrovia de Carajás que pode ser disponibilizada para prestar serviços para outros". Na apresentação em São Paulo, a Vale informou que 44,6 milhões de toneladas de minério de ferro foram transportadas pelo trecho no primeiro semestre.
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