Variedade baixa prejudica sustentabilidade
"Se a diversidade das culturas regionais está ameaçada, isso realmente reduz a capacidade das pessoas de comer"
Um novo estudo da Universidade de Toronto, no Canadá, sugere que em todo o mundo estamos cultivando mais do mesmo tipo de culturas, e isso apresenta grandes desafios para a sustentabilidade agrícola em escala global. A equipe utilizou dados da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) para observar quais culturas foram cultivadas em fazendas e grandes projetos industriais de 1961 a 2014.
Eles descobriram que, dentro das regiões, a diversidade de cultivos na verdade aumentou na América do Norte, por exemplo, 93 culturas diferentes agora são cultivadas em comparação com os anos 80. O problema, diz Adam Martin, ecologista no Departamento de Ciências Físicas e Ambientais da Universidade de Toronto, é que em escala global agora “estamos vendo mais dos mesmos tipos de culturas cultivadas em escalas muito maiores”.
Em outras palavras, grandes fazendas industriais na Ásia, Europa, América do Norte e do Sul estão começando a parecer as mesmas. "O que estamos vendo são grandes monoculturas que são comercialmente valiosas e vêm sendo cultivadas em maior número em todo o mundo. Portanto, grandes fazendas industriais geralmente cultivam uma espécie de cultura, que geralmente é apenas um único genótipo, em milhares de hectares de terra", indica.
A falta de diversidade genética nas culturas individuais é bastante óbvia, diz Martin. Por exemplo, na América do Norte, seis genótipos individuais compreendem aproximadamente 50% de todas as culturas de milho. "Se a diversidade das culturas regionais está ameaçada, isso realmente reduz a capacidade das pessoas de comer ou pagar por alimentos culturalmente importantes para elas", conclui.
