As grandes empresas fabricantes de máquinas agrícolas que estão participando do Show Rural Coopavel demonstram confiança em superar os números alcançados em 2002, considerado o melhor ano para o setor desde 1994. Se não ocorrer um aumento nas vendas, o segmento espera ao menos repetir o desempenho do ano passado, quando foram comercializados 42,6 mil tratores e colheitadeiras.
O otimismo do setor está relacionado às previsões sobre a próxima safra de grãos, que promete bater recorde de produção, podendo atingir 110 milhões de toneladas. Além disso, produtores demonstram estar conscientes da necessidade de aproveitarem o momento favorável para renovarem a frota de maquinários. A Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) estima em 5% o crescimento nas vendas em 2003.
O diretor comercial da Case New Holland (CNH) para a América Latina, Francesco Pallaro, confirmou ontem a expectativa de um crescimento de até 5% nas vendas das duas marcas de máquinas agrícolas no Brasil em 2003. Em 2002, foram vendidos no País 11.514 tratores e colheitadeiras das marcas New Holland e Case, um crescimento de 19,45% em relação ao ano anterior.
Segundo Pallaro, a retomada dos financiamentos pelo programa federal Moderfrota, que concede crédito ao produtor rural a juros fixos, é fundamental para a continuação da renovação de frota no setor agrícola brasileiro. O programa foi suspenso em dezembro e, em janeiro, provocou uma redução de aproximadamente 40% das vendas, em comparação com o mesmo mês de 2002.
Outros motivos para as previsões otimistas apontados pelo diretor da CNH são a manutenção dos bons preços das commodities agrícolas no mercado internacional e a ampliação das áreas cultivadas. Pallaro também aposta na consolidação de novos mercados externos para as máquinas. O incremento das vendas nos demais países da América do Sul, África e Ásia fez com que as exportações da CNH crescessem 72% em 2002, passando de 1.032 para 1.772 máquinas embarcadas.
Segundo Pallaro, investimentos como os feitos pela CNH no desenvolvimento de produtos em sua fábrica de Curitiba - US$ 120 milhões entre 2000 e 2003 - contribuem de maneira significativa para que o Brasil tenha atualmente máquinas agrícolas com o mesmo nível de desenvolvimento tecnológico existente no países mais desenvolvidos.
O gerente comercial para região Sul da John Deere, Paulo Kowalski, também está otimista com o mercado. Kowalski prefere não falar sobre números para este ano. Ele aposta na safra de verão que está sendo colhida e a manutenção dos preços dos produtos agrícolas no mercado internacional para aumentar as suas vendas.
A marca detém a segunda colocação no ranking nacional de comercialização de colheitadeiras.
Já o diretor nacional de vendas da Massey Fergurson, Carlito Eckert, está apostando na renovação da frota nacional de máquinas agrícolas para alavancar o setor. Ele concorda com a importância da manutenção do Moderfrota, responsável por aproximadamente 80% das vendas do setor. ''Esse programa foi favorável a todos setores da economia, por isso acredito que o governo atual o manterá'', conclui.