Vendas de máquinas agrícolas fecham ano com crescimento em MT

Apesar da crise de crédito que se abateu sobre a agricultura mato-grossense em 2008, com mais agressividade no segundo semestre, fabricantes e revendas de máquinas agrícolas fecharam o ano no azul. Dados preliminares no setor indicam que as vendas de tratores e colheitadeiras registraram aumento entre 5% e 17% ao longo dos 12 meses, na comparação com o mesmo período de 2007. Entre os motivos que levaram ao investimento, na opinião de revendedores, estava a recuperação da agricultura, que depois da crise de 2005, começou a reagir entre 2006 e 2008, porém para este ano não há certeza sobre novos investimentos. O diretor de vendas da John Deere Brasil, Werner Santos, afirma que a partir de 2007 o setor agrícola brasileiro começou a se recuperar, principalmente no Sul e Sudeste do país, porém no Centro-Oeste, mais precisamente em Mato Grosso, a recuperação foi mais lenta, mas já resultou em números positivos. Conforme Santos, a participação de mercado da John Deere na venda de tratores, cresceu de 15% para 17% de 2007 para 2008, o que significa um incremento de 13%.

Já para as colheitadeiras, a fabricante abocanhou 41% do mercado ano passado, ante uma participação de 35% no ano anterior, o que equivale a um salto de 17,1% de um ano para outro. "Em Mato Grosso a agricultura está mudando e registramos principalmente a aquisição de máquinas de grande porte. No Estado as colheitadeiras são o carro-chefe da empresa", diz ao argumentar que o desempenho nas vendas ocorreu também como resultado da consolidação da empresa no mercado estadual, especialmente pelo trabalho de pós-venda.

A John Deere atua há cerca de 20 anos em Mato Grosso e possui 14 unidades de revenda, nas cidades de Campo Verde, Primavera do Leste, Rondonópolis, Nova Mutum, Sorriso, Lucas do Rio Verde, Sinop, Pontes e Lacerda entre outros. Ainda este ano será inaugurada uma nova loja, localizada em Cuiabá. É fabricante de tratores, plantadeiras, colheitadeira de grãos, colhedora de algodão e de cana-de-açúcar, pulverizadores e forrageiras. O diretor lembra que o mercado mato-grossense já foi mais representativo nas vendas em relação a outras unidades da federação. "Entre 2002 e 2004 a agricultura do Estado representava 10% do mercado nacional da empresa, e hoje está na casa dos 5%.

Quem teve um resultado positivo, porém considerado razoável em relação a anos anteriores foi a Vegrande Máquinas Agrícolas. Com três revendas no Estado (Várzea Grande, Mirassol D"Oeste e Pontes e Lacerda, o diretor Walter Andrade Zacarkim, diz que o ano poderia ter sido melhor, mas que a crise financeira internacional prejudicou o desempenho das vendas. Ele diz que 2008 encerrou com uma alta na comercialização em torno de 5% em relação ao ano anterior, totalizando 100 tratores. Conforme o diretor, em 2004 foram vendidos em média 140 máquinas, mas que por causa da crise, o investimento em maquinário por parte dos agricultores ficou mais limitado.

Entre os produtos da New Holland, revendidos pela Vegrande, estão tratores e colheitadeiras, mas Zacarkim diz que o mais adquirido pelos mato-grossenses são os tratores, já que a atuação da empresa fica mais próxima às áreas de pastagem. "Além disso vendemos também implementos para colheitadeiras que são acoplados às máquinas facilitando a separação dos produtos", diz ao contar que a aquisição de colheitadeiras está evoluindo no Estado. Há 10 anos, informa, eram vendidos seis conjuntos por ano e atualmente está em torno de 50, um salto de 733% em uma década.