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Os 20 venezuelanos que estão fazendo curso de cafeicultura no Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), autarquia vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento, fizeram nessa terça-feira (07-08) um programa diferente. Eles foram a Pitangueiras, uma pequena cidade a 60 quilômetros de Londrina, onde foi implantado o modelo tecnológico de produção de café do Iapar em 1994. Entre as premissas do modelo, estava a diversificação das propriedades tendo a cafeicultura como principal cultura, apontada como uma das razões para o desenvolvimento econômico e social da cidade. O curso faz parte de um Acordo de Cooperação Técnica assinado no ano passado entre o Governo do Estado do Paraná e o Governo da Venezuela.
O grupo venezuelano foi recebido pelo diretor técnico-científico adjunto do Iapar, Tiago Pellini, o agrônomo do escritório da Emater em Pitangueiras, Cristovon Ripol, e pelo prefeito do município, Arquimedes Ziroldo, além de um grupo de pesquisadores do Iapar que fazem parte do Programa Café da instituição. O prefeito agradeceu a presença do grupo na cidade e afirmou que a cidade vem colhendo frutos de um trabalho iniciado há mais de 10 anos, quando foi criado um Plano de Desenvolvimento Agrícola com o apoio de entidades como a Secretaria Estadual de Agricultura, o Iapar, a Emater e o Banco do Brasil. Ripol disse que a principal proposta do plano era diversificar as propriedades e promover a capacitação dos agricultores, uma tarefa que ficou a cargo da Emater, enquanto o Iapar se incumbiu de fornecer a tecnologia adequada para a produção de café, como o café adensado e a integração com demais atividades agrícolas.
Para o diretor técnico-científico adjunto do Iapar, o modelo tecnológico gerado pela instituição e aplicado em Pitangueiras foi, sem dúvida, um elemento dinamizador da economia do município, e teve um papel-chave para aumentar a produção e a renda dos agricultores. Alguns números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ilustram a realidade destacada por Pellini. O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de Pitangueiras em 1991, quando ainda era distrito de Rolândia, era de 0,652.
No último censo de 2000, o IDH subiu para 0,754, um dos mais altos da região. Também de acordo com o IBGE, a proporção de pobres na cidade em 1991 era de 52,2 %, reduzindo para 25,5 % em 2000. Em 1994, quando começou a ser posto em prática a tecnologia do Iapar com apoio das demais entidades, o Valo Bruto da Produção (VBP) da cidade era de R$ 4,7 milhões, ou R$ 384,00 por hectare. Ao longo dos anos, o VBP foi crescendo gradualmente e na safra 2003/2004 chegou a R$ 41 milhões, ou R$ 3.417,00 por hectare. Na safra seguinte, o VBP caiu a R$ 27 milhões por conta da estiagem, que atingiu todo o sul do Brasil, e da gripe aviária, que prejudicou as exportações dos frigoríficos fornecedores de pintainhos para os agricultores de Pitangueiras. Para Ripol, o susto em 2003/2004 serviu para mostrar que é preciso diversificar ainda mais. “Ainda estamos muito dependentes do frango, que é a segunda cultura mais importante do município, perdendo apenas para o café”.
Os venezuelanos puderam conhecer de perto as práticas de diversificação nas propriedades e as formas de geração de renda ligadas a agricultura. Fora do campo se destacam a cooperativa de costura, na qual mulheres e jovens agricultores fabricam peças de roupas vendidas para confecções, e o barracão da Associação dos Cafeicultores de Pintangueiras (ACAPI), onde os produtores armazenam e beneficiam o café. “Com isso o agricultor consegue um preço, em média, 20 % melhor que o café em côco e ainda tem segurança na armazenagem da produção”, explica Ripol. Ele lembra que o barracão e as máquinas custaram R$ 200 mil, custeado com recursos da Prefeitura de Pitangueiras, Governo do Paraná e recursos dos próprios produtores.
Nas propriedades, os técnicos venezuelanos viram a preocupação com o meio ambiente na recuperação e plantio de mata ciliar, para preservar as nascentes e os rios, e conheceram produtores como Adão Teixeira da Costa, que investiu R$ 25 mil reais para criar 6 mil frangos, e atualmente tem uma renda de R$ 6 mil a cada 60 dias com a criação.
Costa também planta café em uma pequena área e faz parte do grupo de produtores das Vilas Rurais, nas quais a agricultura não é a única atividade econômica da família e as propriedades não passam de 4 mil m2. Vanessa Santos criou uma pequena panificadora em casa. Ela produz em média 120 pães por semana, que são vendidos em porta em porta na cidade e agora passará a fazer parte da merenda escolar, por meio do Programa de Aquisição de Alimentos, que libera recursos para agricultores cadastrados no Programa Nacional Agricultura Familiar (Pronaf). Daqui pra frente, ela pretende investir na melhoria das condições da panificadora caseira e aumentar a produção.
Para o diretor técnico-científico adjunto do Iapar, “a experiência mostrada aos técnicos venezuelanos em Pitangueiras ilustra que o desenvolvimento local depende da integração de ações entre as diversas esferas do governo, da participação da comunidade e da continuidade das ações planejadas”. As informações são da assessoria de imprensa da Iapar.
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