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Veterinários alertam para leucemia felina

De 400 animais atendidos, 13% estavam infectados com o vírus da Leucemia


Recentemente, o Hospital Veterinário da USP (Universidade de São Paulo) divulgou um estudo que apresentou dados preocupantes para os criadores de gatos. De 400 animais atendidos, 13% estavam infectados com o vírus da Leucemia.

Apesar de pouco conhecida entre os criadores, a Leucemia Felina (FeLV, como é abreviamente conhecida) é uma das principais causas de mortes nos gatos de companhia, tanto que a mortalidade nos animais doentes pode atingir até 100% em dois anos. Com isso, muitas clínicas veterinárias em todo o país estão divulgando mais sobre os riscos da doença e os procedimentos que devem ser tomados.

Essa enfermidade é causada por um retrovírus da família Oncornavirinae (mesmo grupo do HIV felino, HIV humano e Anemia infecciosa eqüina). É uma doença que não tem cura e ataca o sistema imunológico do animal, facilitando a ocorrência e manifestação de outras enfermidades.

Apesar de pertencer a mesma família do HIV humano, a médica veterinária da área preventiva, Cláudia Gebara, explicou que o vírus da leucemia felina não é transmitida ao homem. “Não existe a possibilidade de transmissão entre as espécies. Apesar disso essa doença é muito perigosa para os gatos e os criadores precisam cuidar disso”, explicou Cláudia que é professora da Faculdade Integrado e especialista em doenças infecciosas.

Além de altamente letal, outro fator de complicação é que geralmente os animais infectados apresentam sintomas bem discretos. Artigos publicados na revista norte-americana “Animals” (publicação bimestral da Massachusetts Society for the Prevention of Cruelty to Animals) dão conta de que em populações infectadas apenas 44% dos animais, em média, têm manifestações clínicas evidentes da enfermidade.

“Essa é uma doença silenciosa e o período de incubação pode levar de meses a anos. Essa particularidade dificulta o diagnóstico e, conseqüentemente, o tratamento, facilitando a disseminação da leucemia felina”, explicou Cláudia. Apesar da denominação ela nem sempre provoca tumores ou manifestações comuns ao câncer.

Nos felinos, os sintomas mais freqüentes são anemia, perda de peso, secreção nasal e ocular, diarréia crônica, imunodeficiência, leucemia e linfoma. Os filhotes são mais suscetíveis ao contágio por conta de seu sistema imune ainda imaturo.

Segundo a professora, a transmissão se dá por meio do contato entre um gato infectado e um outro com sistema imune pré-disposto. "A doença é transmitida por todas as secreções como sangue, saliva, urina, entre outros. Os gatos são animais muito independentes e gostam de sair, entrando constantemente em contato com outros gatos”.

Após o contato com o vírus, alguns animais conseguem responder naturalmente à infecção com a formação de anticorpos, não desenvolvendo a doença. Outros se tornam portadores assintomáticos, representando uma importante fonte de infecção, pois eliminam o vírus.

A medida mais eficaz para combater a infecção do vírus é a vacinação dos animais suscetíveis, uma vez que ainda não existe tratamento para a leucemia felina.

Cláudia alerta que antes de vacinar o animal é importante fazer o teste de diagnóstico para se certificar de que o gato não esteja infectado. “É necessário fazer exame de sangue específico, uma análise molecular para identificar o material genético do vírus”.

Apesar da gravidade da doença, a professora explicou que criar gatos é mais simples do que criar cães. “Os felinos tem fácil adaptação aos ambientes e são ótimos companheiros. Basta o criador tomar alguns cuidados básicos como levar o animal para ser vacinado, aplicar vermífugos regularmente e alimenta-lo corretamente”, destacou Cláudia.

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