Vírus da aftosa volta a provocar alerta em MS
O vírus ainda preocupa as autoridades e atrasa o repovoamento de gado
Estimado usuário.
Preencha o formulário abaixo para remeter a página.
Seis meses após a confirmação dos focos de febre aftosa nos municípios de Eldorado, Japorã e Mundo Novo, no sul de Mato Grosso do Sul, o vírus continua preocupando as autoridades sanitárias do Estado e atrasando o repovoamento de gado nas propriedades que tiveram o rebanho abatido em função da doença. Segundo a Superintendência Federal da Agricultura (SFA/MS), Eldorado e Mundo Novo devem receber 316 bovinos na segunda-feira (17-04), mas o prazo para a liberação de entrada de animais nas propriedades de Japorã ainda é indefinido.
Na quinta-feira (14-04), informações extra-oficiais obtidas pelo Correio do Estado sinalizaram que, além dos exames de sorologia realizados para verificar a presença de atividade viral na região, outras amostras colhidas em animais que apresentaram lesões antigas foram encaminhadas para o Laboratório Nacional Agropecuário (Lanagro) para esclarecer dúvidas das entidades sanitárias do Estado quanto à presença do vírus numa propriedade de Japorã.
O superintendente federal da agricultura em Mato Grosso do Sul, José Felício, garante que os exames são frequentemente realizados em caso de dúvida entre os técnicos ligados ao Ministério da Agricultura ou à Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal ou Vegetal) e foram intensificados nas últimas semanas devido à proximidade do repovoamento das áreas que tiveram o rebanho sacrificado. Ainda assim, Felício confirma a existência de dúvidas sobre a presença do vírus nos animais com lesões antigas recentemente encontrados. "Como é de rotina, estamos aguardando os resultados dos exames laboratoriais para definirmos se há possibilidade de recolocarmos gado em Japorã", explicou.
Segundo Felício, os exames de sorologia já foram concluídos nos municípios de Eldorado e Mundo Novo e a ausência do vírus possibilitou o envio de animais-sentinelas (sem imunização vacinal), que serão alocados em propriedades sorteadas dos dois municípios, para verificar se ainda há atividade viral nas fazendas. "A programação é enviarmos, na segunda-feira, 182 cabeças para propriedades em Eldorado e outros 134 animais para fazendas em Mundo Novo", disse.
Felício foi extremamente cauteloso ao comentar a questão dos exames enviados para o Lanagro e afirma que o excesso de preocupação das autoridades sanitárias com a região favorece o surgimento do que chamou de "boatos" sobre focos. Mesmo assim, ele ressalta que a preocupação dos produtores de Japorã é muito grande neste momento, pois eles temem que a recolocação de animais na região possa suscitar a doença, caso o vírus não tenha sido erradicado. "Existe uma insegurança muita grande no repovoamento e precisamos esperar os resultados dos exames do laboratório para autorizarmos ou não a entrada de gado em propriedades de Japorã", frisou. O superintendente destacou que na quarta-feira o Conselho Municipal de Japorã reuniu-se no município para discutir a preocupação dos produtores da região.
Temor:
O temor fundamenta-se, justamente, nas descobertas recentes de gado com lesões em propriedades de Japorã que podem sinalizar a presença da doença no passado ou até o surgimento de casos recentes – o que poderá ser esclarecido após os resultados dos exames. De qualquer forma, as lesões apontam que os animais com as evidências da doença não estavam entre os quase 26 mil bovinos abatidos em Japorã, desde 8 de outubro de 2005, quando foram confirmados os focos no sul do Estado. Nos três municípios do sul do Estado foram abatidos mais de 30 mil bovinos. Em Japorã, que possuía cerca de 50 mil animais antes da confirmação da doença, mais de 20 mil animais foram preservados por não estarem distantes da região dos focos.
O superintendente lembrou ainda que os técnicos da defesa sanitária vêm realizando permanente vigilância no rebanho da região e, diante de dúvidas quanto à sanidade, colhem amostras da boca e das patas dos animais e as enviam ao laboratório. "Se constatarmos lesões cicatrizadas, colhemos material para tirar a dúvida", disse. Mesmo aguardando os exames colhidos em animais com lesões da região, Felício afirma que não há nada que indique presença viral no município.