Volatilidade domina mercado do açúcar

Na semana passada, os preços do açúcar foram influenciados por vários fatores, incluindo geopolítica e condições climáticas. O preço subiu acima de 27 centavos de dólar por libra-peso, mas depois corrigiu após um relatório positivo sobre a moagem no Centro-Sul do Brasil pela Unica. No geral, os fundamentos permanecem estáveis, com o Brasil tendo uma boa colheita, a Índia prevendo exportações reduzidas e países como a Tailândia e o México contribuindo para um aumento nos preços do açúcar.

“Porém, tanto a Europa Ocidental como a Oriental contribuem para uma perspectiva mais moderada. À medida que o Brasil se aproxima de sua entressafra e da sua estação mais chuvosa (mais dias perdidos), espera-se que o ritmo de moagem diminua, acrescentando suporte aos preços, conforme discutido em relatórios anteriores. No entanto, é importante notar que a recente volatilidade do mercado não pode ser atribuída apenas a estes fatores”, explica Lívea Coda, analista de Açúcar e Etanol hEDGEpoint Global Markets.

A demanda crescente por petróleo para armazenamento e movimentos semelhantes nos mercados de alimentos básicos são forças que estão combatendo a percepção de risco. O aumento nos preços das commodities energéticas está impulsionando uma tendência de alta que afeta toda a cadeia produtiva do açúcar. Apesar da possibilidade de afetar o preço do etanol no mercado brasileiro, o mercado internacional de açúcar permanece apertado em termos de disponibilidade, de acordo com a analista.

“É comum que em tempos de tensões geopolíticas, os investidores, principalmente os especuladores, busquem ativos mais estáveis, como o próprio dólar e o ouro, como forma de proteção financeira. Este movimento pode desencadear perdas significativas em mercados considerados mais voláteis, possibilitando uma correção no posicionamento dos fundos. Neste caso específico, pela importância da região para o complexo energético e para o transporte marítimo, o açúcar ainda pode encontrar suporte”, diz.