Volatilidade marca cenário global das oleaginosas
"O Brasil tem potencial para consolidar sua liderança"
"O Brasil tem potencial para consolidar sua liderança" - Foto: Pixabay
O mercado global de soja e óleos vegetais atravessa um período de volatilidade marcado por clima instável, demanda variável e ajustes nos principais países produtores. Segundo a Hedgepoint Global Markets, o cenário combina incertezas que podem alterar o ritmo do comércio internacional.
No Brasil, a expectativa é de safra recorde de 178 milhões de toneladas, mesmo com atraso no plantio e risco climático associado ao La Niña. A demanda chinesa deve sustentar exportações de 109 milhões de toneladas, enquanto margens internas baixas limitam o esmagamento e mantêm a comercialização lenta. O atraso no plantio pode direcionar parte da demanda para os Estados Unidos até janeiro.
"O Brasil tem potencial para consolidar sua liderança, mas o clima e a lentidão na comercialização exigem atenção estratégica", destaca Luiz Fernando Roque, coordenador de Inteligência de Mercado na Hedgepoint Global Markets.
A Argentina segue fortalecida no mercado de derivados, após embarques elevados em 2024/25. Mesmo com previsão de menor área e produção em 2025/26, deve manter protagonismo nas exportações de farelo e óleo.
A China projeta importações recordes e aumento no esmagamento, embora estoques altos e margens negativas reduzam a urgência nas compras. Já os Estados Unidos enfrentam produção menor, compensada por esmagamento firme e expectativa de mudanças na política de biocombustíveis, fator que sustenta preços domésticos. "O mercado americano mostra resiliência no esmagamento, mas depende da China para sustentar exportações. A proposta da EPA pode ser um divisor de águas para preços e margens", comenta.
