CI

Volume de açúcar total recuperável será maior em 8 anos

Presidente da Unica explica que é o ATR que determina o desempenho da safra e não o volume da produção de cana


As condições de clima não foram as ideais, mas de acordo com a previsão de safra divulgada ontem pela União da Agroindústria Canavieira de São Paulo (Unica), o aproveitamento das lavouras de cana este ano na região Centro-Sul será recorde. A quantidade disponível de ATR (açúcar total recuperável), que é a base da produção de açúcar e de álcool, será a maior em oito anos, informa a entidade. Levantamento feito com base estudos de imagens de satélite e de previsão de tempo indica que o volume de ATR será de 50,75 milhões de toneladas na safra 2005/06, o maior volume em oito anos.

O desempenho da safra de cana que se inicia este mês foi divulgado pelo presidente da Unica, Eduardo de Carvalho, com reserva e extrema cautela. O executivo teme o impacto das informações no mercado. "Fizemos um censo completo das lavouras da região Centro-Sul". O estudo a que Carvalho se refere, permite identificar o estágio de desenvolvimento de cada plantação. Mesmo assim, segundo afirmou, tudo pode mudar em pouco tempo. Para ele, uma lavoura de cana é um "ser vivo", sujeito a alterações climáticas que poderão ocorrer durante a safra, uma vez que o corte da cana ocorre ao longo do ano, período sujeito a inúmeras mudanças, inclusive as tendências do mercado.

O bom aproveitamento da cana se dá também em função das condições climáticas e do perfil das lavouras. Carvalho explica que é o ATR que determina o desempenho da safra e não o volume da produção de cana. Cana pode ter mais ou menos água, o que depende da incidência de chuvas durante o desenvolvimento da lavoura. Com 7% mais de ATR, as usinas terão bom rendimento e ainda melhores resultados financeiros.

É o mercado que determinará quanto da produção de cana será destinada à industrialização de açúcar ou à de álcool. Por enquanto, por causa da estiagem ocorrida nos meses de fevereiro e março, o índice de sacarose contido na cana recomenda a produção de açúcar e não de álcool. O mercado, no entanto, sugere que a produção se concentre em álcool, porque os estoques estão baixos e a demanda, aquecida. Segundo a Unica, a safra 2004/05 termina com estoque de apenas 259 milhões de litros. Mas, segundo a Unica, desde o início de abril, as usinas do Centro-Sul já produziram 100 milhões de litros.

Carvalho explica ainda que as exportações de álcool se mantêm em ritmo acelerado. Os preços não são mais tão atrativos. No ano passado, havia sobra do produto e as vendas externas, por isso, eram compensadoras. Dificilmente, porém, o Brasil repetirá, em volume, as exportações de álcool aos Estados Unidos, onde o combustível é fortemente tributado. Os quase 600 milhões de litros embarcados para os EUA devem ser redistribuídos para outros mercados.

Assine a nossa newsletter e receba nossas notícias e informações direto no seu email

Usamos cookies para armazenar informações sobre como você usa o site para tornar sua experiência personalizada. Leia os nossos Termos de Uso e a Privacidade.