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Voluntários aprovam sabor da carne de pirarucu criado em cativeiro

O ditado popular assegura que gosto não se discute


Foto: Marcel Oliveira

O ditado popular assegura que gosto não se discute, mas quando é um caso de ciência a discussão dos resultados é obrigatória. Assim se descobriu, através de testes sensoriais, que o pirarucu (Arapaimas giga) criado em cativeiro sinaliza um mercado potencial para esse tipo de pescado. Mais de 90% dos voluntários que participaram da pesquisa de aceitação e intenção de compra aprovaram o produto.

Os testes sensoriais foram conduzidos pela equipe do Laboratório de Agroindústria da Embrapa Amazônia Oriental (Belém-PA).  Cinquenta e dois voluntários não treinados avaliaram o sabor e a textura da carne fresca e cozida do pescado, e também indicaram a intenção de compra.  Os resultados foram: aprovação de 90,11% para sabor e textura, e intenção de compra de 91% dos participantes.

Os peixes submetidos ao gosto popular vieram dos tanques-rede da comunidade pesqueira ribeirinha Ilha de São Miguel, região do Aritapera, no município paraense de Santarém, por meio de um projeto de pesquisa da Embrapa Amazônia Oriental.

“Esses dados apontam para um mercado em potencial para o pirarucu cultivado”, comenta a pesquisadora Alessandra Ferraiolo de Freitas, autora do boletim de pesquisa recém-publicado pela Embrapa: “Características físico-químicas e sensoriais de pirarucu (Arapaima gigas) cultivado em tanque-rede”.

O trabalho concluiu que na faixa de tamanho e peso avaliados, os espécimes de pirarucu apresentaram elevado teor de proteínas (19,53%) e baixo teor de gordura (2,55%), podendo a espécie, neste caso, ser classificada como um peixe magro.

A obra já está disponível para consultas e downloads gratuitos na internet, basta clicar aqui para receber em formato PDF ou aqui, dentro da Infoteca-e, o repositório de publicações da Embrapa. A pesquisadora Rafaella de Andrade Mattietto também é autora do trabalho

Produção em cativeiro 

O pirarucu é um dos maiores peixes de água doce, típico dos rios da Amazônia. A criação em cativeiro é uma alternativa para manter os estoques da espécie, que tem sido alvo da pesca predatória por causa do seu atrativo valor comercial.

De acordo com o IBGE, em 2019, o Brasil produziu quase 2 mil toneladas de pirarucu em cativeiro. O maior produtor da Região Norte é Rondônia, com 980 toneladas em 2019; seguido do Pará, com 273 ton; e do Tocantins, com 205 toneladas. Os dados são da Produção Pecuária Municipal (PPM/IBGE, 2020).

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