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Workshop avalia produção de trigo no Cerrado

O trigo ocupa uma área de 50 mil hectares no Cerrado


A Embrapa Trigo realizou, dias 29 e 30/11, em Uberlândia, MG, o primeiro Workshop sobre Trigo na Região dos Cerrados, reunindo um grupo de 43 pesquisadores, representando 20 instituições, com o objetivo de discutir potencialidades e limitações tecnológicas da cultura.

O cerrado é o segundo maior bioma brasileiro (depois da Amazônia) que se estende por 25% do território nacional, cerca de 200 milhões de hectares em 12 estados. O núcleo do Cerrado está no Brasil Central, incluindo os estados de Goiás, Tocantins, norte do Mato Grosso do Sul, a região sul de Mato Grosso, triângulo mineiro e Vale do Paranaíba em Minas Gerais, sudoeste da Bahia e o Distrito Federal. Apesar do clima bem definido, caracterizado por chuvas no verão seguidas de um período seco que se estende por quatro a seis meses, e pela baixa fertilidade dos solos, nas últimas duas décadas os Cerrados se transformaram na nova fronteira agrícola do País, tornando-se uma das maiores regiões produtoras de grãos no Brasil. O crescimento do Cerrado esteve associado à evolução nos estudos para manejo de solos (como calagem, adubação, irrigação), à topografia favorável ao plantio, ao baixo custo da terra, boa rede de estradas e proximidade dos centros consumidores. Os estabelecimentos agrícolas ocupam 67% da área total do Cerrado, sendo 60% com uso de pastagens e 6% destinado a produção de grãos, principalmente a soja que responde por uma área de 5 milhões de hectares.
De acordo com a Embrapa Trigo, o trigo ocupa uma área de 50 mil hectares no Cerrado, destinado à rotação de culturas como feijão, soja, milho e hortaliças. “Apesar das altas produtividades e da qualidade industrial diferenciada, o trigo ainda é um coadjuvante no Brasil Central, necessitando de uma posição permanente no sistema produtivo da região”, explica o pesquisador Márcio Só e Silva, salientando a importância do trigo na quebra do ciclo de doenças de outros cultivos, tanto em sistema irrigado, quanto em sequeiro.


De olho no potencial do Cerrado, cuja área para trigo está estimada em 2 milhões de hectares, as instituições de pesquisa intensificaram os trabalhos no Brasil Central ainda na década de 80, quando a meta era atingir o rendimento de 3 mil quilos por hectare (kg/ha). Atualmente, a média de produtividade é de 5 mil kg/ha no sistema irrigado, com a existência de cinco cultivares da Embrapa: BRS 254, BRS 264, Embrapa 22, Embrapa 42 e BRS 207. Em sistema de sequeiro, a produtividade está em 3 mil kg/ha, com a existência de duas cultivares Embrapa: BR 18 e BRS 208. No momento, estão em desenvolvimento na Embrapa e na Epamig diversos projetos de pesquisa voltados a resolver lacunas tecnológicas como tolerância ao déficit hídrico, brusone, ajustes no manejo como adubação, ciclo e ações de transferência de tecnologia que permitam otimização do sistema de produção no Cerrado. “O maior teto de produção está no trigo irrigado, onde também está o maior custo. Mas o grande desafio do Cerrado é explorar o trigo de sequeiro, que aproveita as áreas ociosas onde não há irrigação”, esclarece Só e Silva.

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