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Zona da Mata abriga pólo de processamento de frutas


A paisagem da Zona da Mata mineira, tradicional região produtora de café, leite e derivados, adquire outros contornos com a implantação de agroindústrias do segmento de sucos in natura e polpa de frutas. Em pelo menos 20 municípios pode-se contabilizar 50 empresas de pequeno, médio e grande porte, e até março de 2003 mais duas indústrias iniciam as operações - a Goody, em Ubá, e a Kaufmann, no município de Rio Pomba. Diante do crescimento dessa atividade na região, a Universidade Federal de Viçosa (UFV) implementa o projeto Fábrica de Mudas Frutíferas, com recursos provenientes dos ministérios da Agricultura e Ciência e Tecnologia, para produzir mudas de qualidade e desenvolver um pólo fruticultor para atender a crescente demanda. Apesar de ousada, a proposta é animadora frente aos números da produção de frutas, que em 2001 movimentou algo em torno de R$ 9 bilhões no Brasil. Desse total, Minas Gerais participou com R$ 643,4 milhões, conforme levantamentos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em comparação a 2000, a atividade no País cresceu R$ 3 milhões, e cerca de R$ 120 milhões no mercado mineiro. A Goody Indústria de Alimentos, controlada pelos irmãos Leite Mesquita, de Belo Horizonte, representa investimentos totais de R$ 7 milhões, dos quais 20% com recursos próprios e o restante por meio de linhas de crédito do Banco de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). ´Não somos desse ramo, mas decidimos investir nessa atividade por apresentar grande potencial de crescimento´, assinala o empresário Sérgio Leite Mesquita. Segundo ele, o estudo de viabilidade e a elaboração do projeto foram desenvolvidos pelos pesquisadores do departamento de Tecnologia de Alimentos da UFV, entre eles Antônio Carlos Gomes de Souza, mestre em Tecnologia de Alimentos. Para estruturar o empreendimento, e já de olho no crescimento do mercado, os irmãos Leite Mesquita adquiriram um terreno de 120 mil metros, dos quais utilizam a metade. O planta industrial possui área construída de seis mil metros quadrados. O primeiro módulo da unidade produtiva, localizada no município de Ubá, a 290 quilômetros de Belo Horizonte, terá capacidade para processar cinco toneladas de frutas por hora. 'O projeto prevê a instalação de mais duas linhas de produção, alcançando 18 toneladas por hora´, salienta Mesquita. Conforme o planejamento, a indústria atingirá a capacidade plena em um ano e, com isso, faturar R$ 20 milhões por ano somente com as vendas no mercado interno. A produção de polpa destina-se a fabricantes de sorvetes, picolés, sucos, bolos e doces. Inicialmente, a empresa vai gerar entre 40 e 50 empregos diretos e com mix de dez frutas - goiaba, manga, abacaxi, morango, acerola, banana, mamão, maçã, pêssego e maracujá. A Kaufmann Alimentos, em fase final de construção no distrito industrial de Rio Pomba, a 251 quilômetros da capital mineira, significa a realização de um projeto antigo do contador carioca Enrique Kaufmann Filho. O empreendimento, de pequeno porte, também tem acompanhamento dos técnicos do departamento de Tecnologia de Alimentos da UFV e do Instituto de Desenvolvimento Industrial (Indi-MG). Segundo Kaufmann, o empreendimento é executado com recursos próprios. ´As obras civis já absorveram R$180 mil e serão aplicados outros R$ 80 mil na aquisição de máquinas e equipamentos de um fabricante estabelecido em São José dos Pinhais, no Paraná´, frisa o empresário, há 30 anos proprietário de uma consultoria contábil na capital fluminense. O projeto prevê a o processamento de uma tonelada por dia e três câmaras frigoríficas, com capacidade total para 15 toneladas. Toda a produção de suco in natura, em embalagens de cinco litros, será comercializada em bares, restaurantes e lanchonetes do Rio de Janeiro e Região Metropolitana. O faturamento mensal projetado é de R$ 80 mil, informa Kaufmann. Esse, porém, não é o primeiro negócio do empreendedor na Zona da Mata. ´Em 1989, investimos na montagem de uma pequena indústria de doces caseiros, em Santa Bárbara do Tugúrio, município próximo à Barbacena. No entanto, a fábrica será desativada e transferida para Rio Pomba. ´No terreno de três mil metros quadrados estamos construindo uma unidade exclusiva e independente para retomarmos a produção de doces´, explica Kaufmann.

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