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Zoneamento agrícola orienta plantio de trigo de sequeiro no DF

As áreas agrícolas do DF foram consideradas aptas para o cultivo


O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) aprovou o zoneamento agrícola para a cultura de trigo de sequeiro no Distrito Federal, ano safra 2011/2012. A portaria foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) de 06 de janeiro. O zoneamento agrícola identifica os períodos de semeadura para o cultivo do trigo de sequeiro, em condições de baixo risco climático no Distrito Federal.


As áreas agrícolas do Distrito Federal foram consideradas aptas para o cultivo de trigo de sequeiro por estarem de acordo com os critérios adotados em relação à oferta hídrica, condições de temperatura (média mensal abaixo de 25º C durante a fase de perfilhamento);e altitude igual ou superior a 800 metros. No zoneamento foi considerada a ocorrência dos seguintes fatores de risco: deficiência hídrica no período de florescimento/enchimento dos grãos e o excesso de chuvas no período de colheita, caracterizado como precipitação média mensal maior do que 50 mm.

De acordo com o pesquisador da Embrapa Cerrados (Planaltina-DF), unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária- Embrapa, Walter Quadros, o trigo de sequeiro é por definição uma cultura de risco. “É uma cultura de safrinha, do final da época de chuvas, que tem seus riscos. O zoneamento busca sugerir áreas em que esses riscos sejam menores”, explica.

Os maiores problemas para a produção de trigo de sequeiro no Distrito Federal são a ocorrência de dois períodos de estresse hídrico e a incidência de brusone. É comum ocorrer nos períodos de plantio (fevereiro) os chamados veranicos, em que há interrupção das chuvas e um segundo estresse hídrico pode ocorrer no enchimento de grãos (abril/maio). Como cultura de safrinha, o trigo de sequeiro apresenta condições favoráveis à incidência de brusone, principal doença que afeta a triticultura na região do Cerrado.

Área em potencial – a área plantada com trigo de sequeiro no Distrito Federal ainda é muito pequena. A tendência do produtor, segundo o pesquisador, é plantar na safrinha feijão, milho ou sorgo. Isso porque essas culturas compensam os riscos, já que o preço de comercialização do feijão é alto, o milho é uma espécie promissora e o sorgo é uma cultura mais rústica

"Embora o trigo de sequeiro tenha uma produtividade menor que a do irrigado, sua área em potencial é muito maior", afirma Walter Quadros. Na opinião do pesquisador, a autossuficiência do Brasil na produção de trigo passa necessariamente pelo aumento da produção de trigo de sequeiro no Brasil Central.


Tolerância à seca e brusone – Nos campos experimentais da Embrapa Cerrados estão sendo testadas linhagens de trigo com características resistentes à seca. Algumas linhagens apresentam mecanismos fisiológicos que as tornam tolerantes à seca. Entre eles, Walter Quadros cita as plantas com cerocidade, em que a cera que as reveste evita a perda de água.

Além de buscar uma variedade que agrupe os mecanismos fisiológicos de tolerância à seca, a pesquisa objetiva encontrar genótipo que produza mesmo sofrendo estresse hídrico ou que tenha ciclo mais curto para escapar desses períodos. Os estudos ainda estão estão em fase inicial e não há expectativa de quando poderão ser lançadas variedades tolerantes à seca.

As pesquisas para combate à brusone são focadas em três eixos. O primeiro é o controle químico que, por enquanto, é o mais eficiente; o segundo, a tolerância genética; e o terceiro, o manejo que faça que a doença apareça em fases não tão drásticas. O controle químico da brusone muitas vezes não é uma alternativa viável para o trigo de sequeiro porque o custo de aplicação é alto para uma cultura ainda com baixa produtividade.

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