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Mancha de alternaria

(Alternaria dauci) Culturas Afetadas: Cenoura, Mandioquinha-salsa, Todas as culturas com ocorrência do alvo biológico

Entre as doenças que ocorrem na cultura, a mais comumente observada e que provoca maior prejuízo é a queima das folhas.

Danos: Nas folhas, aparecem pequenas manchas de coloração marrom-escura ou preta, circundadas por áreas amareladas, principalmente nas margens. Em condições favoráveis ao desenvolvimento da doença, as manchas podem aumentar em número e tamanho, podendo resultar na morte da maior parte dos tecidos foliares. Nos pecíolos, pode haver formação de lesões alongadas. Em plântulas, podem ocorrer lesões no colo, que muitas vezes levam à morte das mesmas. Em inflorescências também pode ocorrer a colonização do fungo, possibilitando sua penetração nas sementes. A. dauci, quando nas sementes, ataca as plântulas, matando-as antes ou logo após a emergência, causando típico sintoma de “damping-off”.

Controle: Práticas agronômicas como rotação de cultura, eliminação de restos culturais, plantio em solos bem drenados e espaçamento adequado podem desfavorecer a incidência da doença. O tratamento de sementes também é uma medida muito importante, uma vez ser esta uma das vias de transmissão do patógeno. Tratamento com thiram e iprodione proporciona um baixo nível de A. dauci nas sementes.

Outro ponto importante para o controle é a escolha correta do cultivar. Este é um fator muito importante para se obter sucesso na exploração comercial da cenoura. Antes de optar pelo cultivar, é preciso analisar alguns fatores como exigência de mercado, qualidade das raízes, tolerância a temperaturas elevadas e resistência às principais doenças. Os cultivares do grupo Nantes são os que mais satisfazem as exigências de mercado, mas são mais exigentes em temperaturas amenas e altamente suscetíveis ao ataque de A. dauci. Cultivares do grupo Kuroda, bem como outros cultivares nacionais como Brasília e Kuronan, apresentam maior tolerância a temperaturas elevadas e são mais resistentes a A. dauci.

O emprego de cultivares do grupo Nantes ainda é preferido pelos agricultores, apesar do baixo nível de resistência dessa variedade. Dessa forma, o controle químico torna-se importante no controle da doença. Assim, pulverizações com fungicidas durante o período vegetativo, muitas vezes tornam-se essenciais, quando o uso de variedades resistentes, rotação de cultura e outras práticas culturais são insuficientes para suprimir eficientemente o patógeno.

Há vários produtos que podem controlar de forma satisfatória, quando empregados a intervalos de 7 a 10 dias, iniciando as primeiras pulverizações antes da fase mais suscetível da cultura. Entre eles podemos citar: mancozeb, chlorothalonil e iprodione. No entanto, o uso contínuo deste último pode ocasionar o aparecimento da resistência do fungo ao produto. Desta maneira, devido à possibilidade de ocorrerem mutantes resistentes, torna-se essencial adotar estratégias que evitem o seu desenvolvimento. A utilização de variedades como Brasília, Kuroda e Kuronan pode ser considerada uma medida adicional para diminuir a incidência de linhagens resistentes de A. dauci ao fungicida iprodione.

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