CI

Arroz em casca cai para R$ 61,89/saca no RS e desanima produtores

Produtores avaliam reduzir área de arroz após recuo nas cotações


Foto: Pixabay

Os preços do arroz em casca seguem em trajetória de queda no Rio Grande do Sul. Segundo levantamento do Cepea, o Indicador CEPEA/IRGA-RS (58% de grãos inteiros, pagamento à vista) fechou o dia 19 de setembro a R$ 61,89 por saca de 50 quilos, o menor valor desde junho de 2020. A desvalorização preocupa produtores e pode impactar diretamente a área cultivada na próxima safra.

De acordo com os pesquisadores, a retração está atrelada a dois fatores principais: a baixa liquidez no mercado doméstico e a queda na paridade de exportação, influenciada pela valorização do Real frente ao dólar. Essa combinação reduziu a competitividade do cereal brasileiro no mercado externo e limitou as oportunidades de comercialização.

Nos últimos dias, parte dos agentes optou por se retirar temporariamente das negociações, aguardando maior estabilidade nas cotações. Já aqueles que permaneceram ativos priorizaram operações pontuais, sobretudo de produtores que necessitavam levantar recursos para custear o início da semeadura da temporada 2025/26. Com os preços em queda, o desânimo no campo é evidente. O levantamento do Cepea mostra que muitos produtores avaliam reduzir consideravelmente a área destinada ao arroz neste ciclo, buscando alternativas mais rentáveis diante da atual conjuntura de mercado.

O cenário gera alerta para toda a cadeia produtiva. A diminuição da área cultivada pode comprometer a oferta do grão no médio prazo, ao mesmo tempo em que pressiona a renda de famílias que dependem diretamente da orizicultura. Para o setor, a instabilidade amplia os riscos de descontinuidade em regiões altamente dependentes da cultura.

A expectativa, segundo analistas, é de que a definição da área de plantio e o comportamento do câmbio sejam determinantes para o rumo das cotações nos próximos meses. Caso a retração na produção se confirme, a tendência é que o mercado volte a registrar reajustes no decorrer de 2025, mas até lá o produtor segue diante de incertezas e margens apertadas.

 

Assine a nossa newsletter e receba nossas notícias e informações direto no seu email

Usamos cookies para armazenar informações sobre como você usa o site para tornar sua experiência personalizada. Leia os nossos Termos de Uso e a Privacidade.