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Panambi inaugura primeira agroindústria de abate de ovinos com desafio de organizar cadeia produtiva

Três gerações da família estão às voltas da agroindústria, de acordo com o patriarca, Dary Bronzatti


Três gerações da família estão às voltas da agroindústria, de acordo com o patriarca, Dary Bronzatti

Panambi, terceiro polo metal mecânico do Rio Grande do Sul, inaugurou, na terça-feira (06/09), sua primeira agroindústria de abate de ovinos. A preocupação é com o fornecimento da matéria-prima em uma cadeia produtiva desestruturada. Com a inauguração da agroindústria Laranjeiras, em Linha Maranei, o município passa a contabilizar 15 agroindústrias familiares certificadas pelo Governo do Estado, por meio do Programa Estadual de Agroindústria Familiar (PEAF). "O dinheiro fica no município, dá um valor agregado forte", disse o prefeito, Miguel Schmitt-Prym.

A família Bronzatti, proprietária da agroindústria Laranjeiras fez um breve relato sobre a história do empreendimento, durante a cerimônia de inauguração. "Em 2005, usamos os animais para limpar o pomar de laranjas. A família pegou gosto pela criação de ovinos da raça texel", lembrou Emerson Bronzatti. "O nome Laranjeiras remete à ideia original, limpar o pomar", concluiu o jovem.

Desafio

O responsável técnico da agroindústria Laranjeiras, médico veterinário Luiz Augusto Ractz, traçou um cenário desafiador. "O problema será conseguir os animais, hoje concentrados na região da Fronteira, mas a região (Noroeste) tem potencial para produzir animais em pequenos espaços", disse Ractz. 

Até a década de 1980, segundo ele, o Rio Grande do Sul registrava 12 milhões de cabeças de ovinos. Atualmente, esse número não passa de 4 milhões.

O Brasil, ainda de acordo com Ractz, teria potencial para aumentar o consumo de carne de ovinos se investisse em genética e na qualidade das técnicas envolvidas na cadeia produtiva. "O brasileiro consome 400 gramas de carne de ovelha por ano. Temos condições de aumentar o consumo para dois quilos ao ano e até exportar", disse o médico veterinário. 

A linha de produção da agroindústria de abate de ovinos Laranjeiras inclui filé mignon, carré, chuleta, fraldinha, picanha, maminha, pernil, paleta, pescoço, lombo, miúdos, linguiça de carne ovina, carcaça inteira e meia carcaça resfriada. 

Os cortes serão comercializados durante a semana na Feira do Produtor de Panambi. Encomendas podem ser feitas pelo telefone (55) 9977-2463.

Agroindústrias no RS

Atualmente, 2.447 agroindústrias estão cadastradas no PEAF. "A Emater é a executora do Programa, auxiliando no projeto de crédito, licenciamento ambiental e informações tributárias", disse o gerente da Emater/RS-Ascar na região administrativa de Ijuí, Carlos Turra. 

O ingresso no Programa oportuniza o curso de Boas Práticas de Fabricação, entre outras ações, para qualificar e legalizar o negócio do agricultor. 

O projeto técnico da primeira agroindústria de abate de ovinos de Panambi foi elaborado pela Emate/RS-Ascar, em sintonia com o Serviço de Inspeção Municipal (SIM) e secretarias municipais de Obras, Urbanismo e Vias Públicas e Agricultura, Indústria, Comércio e Serviços. Parte dos recursos foi financiada pelo Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), por meio da agência da Sicredi. "É a efetivação de um projeto que vem para diversificar a renda e incentivar os filhos a ficarem na propriedade", disse o extensionista da Emater/RS-Ascar, Paulo Zambra.
 

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