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Falsa-Medideira

Lagarta-falsa-medideira (Chrysodeixis includens) Culturas Afetadas: Geral, Batata, Cará, Feijão, Inhame, Soja, Todas as culturas com ocorrência do alvo biológico


Sinônimo: Pseudoplusia includens

Esse lepidóptero foi, por muito tempo, referido como
Pseudoplusia includens. Entretanto, a espécie foi reclassificada no gênero Chrysodeixis. No Brasil, a espécie tem se tornado um sério problema fitossanitário na cultura da soja, com vários surtos ocorrendo isolados ou associados à lagarta-da-soja. 

Ciclo de desenvolvimento: Seus ovos são globulares, medem cerca de 0,5 mm de diâmetro e apresentam coloração creme-clara logo após a oviposição e marrom-clara próximo à eclosão. O desenvolvimento embrionário se completa em torno de 2,5 dias.

As lagartas que eclodem são de coloração verde-clara, com listras longitudinais brancas e pontuações pretas, atingindo de 40 a 45 mm de comprimento em seu último estádio larval. Dentro de cada ínstar, a lagarta sofre uma perceptível mudança na coloração, de verde amarronzada clara enquanto se alimenta, para verde-limão translúcida.

Depois do último ínstar larval, esta lagarta se transforma em pupa, que ocorre sob uma teia, em geral na face abaxial das folhas. A coloração da pupa é de amarelo-pálida para verde-clara no início do desenvolvimento, com pigmentação dorsal irregular até 48 horas antes da emergência. O período pupal dura de 7 a 9 dias até a emergência dos adultos. Com o passar dos dias, as pupas tornam-se mais escuras. O padrão de coloração, entretanto, é afetado pelo tipo da dieta em que a lagarta se desenvolve. Em geral, lagartas de C. includens alimentadas com folhas irão originar pupas verde-escuras (Figura 1).
 
 

Figura 1 - Ciclo de desenvolvimento de C. includens. Fonte: Reide e Greene (1973); Vásquez (1988).
 

Distribuição geográfica: A distribuição geográfica desta espécie é restrita ao Hemisfério Ocidental, ocorrendo desde o norte dos Estados Unidos até o sul da América do Sul. Esta pode ser encontrada em diversas regiões produtoras de soja, podendo ocorrer simultaneamente ou mais tardiamente em relação às populações da lagarta-da-soja, Anticarsia gemmatalis. No Brasil, pode ser encontrada em todas as regiões produtoras, desde o Rio Grande do Sul até Roraima. Surtos da praga são detectados com frequência no oeste da Bahia, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul, sendo associadas a campos de soja e algodão em regiões produtores destas culturas.

Plantas hospedeiras: C. includens é um inseto polífago com capacidade de se desenvolver em 73 plantas hospedeiras no Brasil, pertencentes a 29 famílias. Inicialmente, as lagartas da praga foram observadas atacando feijão, repolho, quiabo, batata-doce, fumo e tomate, sendo estas plantas consideradas os hospedeiros mais frequentes da praga. Posteriormente, foi observado ataque também algodão e soja. Além dessas culturas, foi constatado o ataque em girassol, alface e couve-flor.

Apesar dessa grande gama de hospedeiros, C. includens é um inseto com preferência e melhor adaptação à soja. A polifagia é uma característica que pode colaborar com a dinâmica populacional e condição de praga, uma vez que as populações podem se desenvolver simultaneamente em diferentes plantas hospedeiras dentro de uma região ou podem persistir no ambiente em baixa densidade até a fêmea encontrar um hospedeiro capaz de sustentar o desenvolvimento das lagartas.

Danos: As lagartas atacam as folhas, raspando-as enquanto são pequenas, ocasionando pequenas manchas claras; à medida que crescem, ficam vorazes e destroem completamente as folhas, podendo danificar até as hastes mais finas.
 
Controle: O controle químico desta lagarta quando ocorrendo só ou associada à lagarta-da-soja, deve ser feito quando forem encontradas, em média 40 lagartas grandes por pano de batida, ou se a desfolha atingir 30% até o final do florescimento, ou 15%, tão logo apareçam as primeiras flores. Recomenda-se o uso de produtos registrados para a cultura.


 

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