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Ânimo ao setor



Manoel Carlos Ortolan

Os números da Fenasucro e Agrocana, que serão abertas segunda-feira, no Centro de Eventos Zanini, já evidenciam a importância conquistada pelas feiras e do potencial do setor sucroalcooleiro brasileiro: 420 expositores, com previsão de receber 30 mil visitantes nos quatro dias, grande parte estrangeiros, e movimentar R$ 2 bilhões em negócios. As duas feiras cresceram ao longo dos anos - esta será a 16º edição da Fenasucro e a 6ª da Agrocana - e se consolidaram como o maior evento do setor.

Além de terem como marca o lançamento de tecnologias, processos, máquinas e equipamentos voltados à indústria e à área agrícola, as feiras também se transformam num foro de discussão sobre o setor com a realização de eventos paralelos de caráter político e técnico. Na segunda-feira, será realizado o 10º Fórum Internacional sobre o Futuro do Álcool, no Teatro Municipal, cujas temáticas serão o fomento da produção de etanol em outros países, a definição de normas, padrões e especificações e a consolidação do mercado futuro. Reunirá lideranças políticas, representantes de governos e todos os elos do agronegócio cana.

A Stab (Sociedade dos Técnicos Açucareiros e Alcooleiros do Brasil) realizará o Brasil Cana Show, com seu 12º Simpósio Agroindustrial Internacional, com visitas técnicas e discussões sobre as operações de plantio e de colheita mecanizada, na terça-feira, e avanços nos processos de fabricação do açúcar e do etanol, na quinta.

Já Orplana, que representa as associações de fornecedores independentes da região Centro-Sul, promoverá encontro na quinta-feira, às 9 horas, no Teatro Municipal. A reunião terá a participação do ex-ministro Roberto Rodrigues e os secretários estaduais João de Almeida Sampaio Filho (Agricultura) e Francisco Graziano Neto (Meio Ambiente) farão a entrega do certificado de adesão ao Protocolo Agroambiental.

Há também um outro aspecto que julgo importante, quase que uma coincidência: as feiras acontecem no momento em que, depois de um longo período de preços baixos, o mercado dá sinais de recuperação. Apesar do horizonte promissor que se vislumbra especialmente para o etanol brasileiro, os produtores de cana, açúcar e álcool têm passado apertados, com as contas no vermelho desde a safra passada.

Especialmente para os fornecedores independentes de cana, que são pequenos e médios produtores, a situação é crítica. Com os preços do açúcar e do etanol em baixa, a renda obtida com a cana não cobre os custos de produção. E isso acaba gerando um certo desânimo no campo. No entanto, o mercado já dá sinais de reação, com recuperação nos preços. Isso deve amenizar a difícil situação dos produtores.

Como participantes do setor, sentimos na pele essas dificuldades, mas temos de admitir que elas existem em qualquer setor e que sempre existirão problemas a serem enfrentados, por melhor que esteja a situação. É preciso reagir e enfrentar os desafios, que é o que o setor sucroalcooleiro tem feito. Nesse sentido, a Fenasucro e a Agrocana podem dar uma injeção de ânimo à cadeia e, quem sabe, serem um divisor de águas entre a crise e a recuperação do setor. Vamos torcer para que isso aconteça.

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