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As principais parasitoses que acometem bovinos leiteiros no meio-norte do Brasil. Parte 1 - Consequências sobre o bem-estar animal


Danielle Maria Machado Ribeiro Azevêdo

O bem-estar de bovinos leiteiros pode ser afetado por uma série de fatores, como temperatura ambiente e umidade relativa do ar, novidades no manejo dos animais, barulhos estranhos, enfermidades. Dentre as enfermidades, vamos destacar neste texto a presença de parasitas externos (ectoparasitismo), como carrapatos, e internos (endoparasitismo), como vermes.

A resposta do hospedeiro (no caso, o bovino) ao parasita (carrapato, piolho, vermes e larvas de moscas, entre outros) está relacionada com sua idade, alimentação, condição corporal, estágio de lactação ou gestação e produtividade. As crias, em geral, são mais susceptíveis ao parasitismo do que os bovinos adultos, podendo estes agir como fontes de contaminação aos animais mais jovens.

Analisando-se o parasitismo, percebe-se que as infestações parasitárias não são problemas centralizados em um único animal e sim problemas de rebanho e, também, que a maioria dos prejuízos causados pelo parasitismo não são imediatamente reconhecidos. Existem parasitoses que podem permanecer anos no rebanho, diminuindo a produtividade, e não serem detectadas pelo produtor. São as parasitoses crônicas, que têm uma maior importância na redução da lucratividade da propriedade do que aquelas que causam rapidamente a morte do animal (agudas).

Dentre os ectoparasitas de bovinos leiteiros, pode-se destacar o carrapato Boophilus microplus, a mosca-do-chifre (Haematobia irritans) e as moscas causadoras de miíase, como por exemplo, a Cochliomyia hominivorax. Os animais acometidos por ectoparasitas ficam irritados e incomodados por terem sua alimentação e repouso perturbados. Isso resulta em desconforto e estresse para os animais, reduzindo seu bem-estar e, conseqüentemente diminuindo a produção de leite, a manifestação do estro pelas fêmeas e libido pelos machos e o ganho de peso dos animais.

As lesões na pele causadas pelas picadas de ectoparasitas determinam intenso prurido (coceira) além de uma inflamação no local. Quando os bovinos lambem ou coçam os locais irritados, há um aumento da irritação e das lesões, propiciando uma infecção bacteriana secundária que poderá causar prejuízos adicionais.

Em relação às endoparasitoses, pode-se destacar as verminoses ocasionadas pelo verme gastrintestinal Haemonchus sp. e pelo verme pulmonar Dictiocaulus viviparus e, ainda a eimeriose ou coccidiose, provocada pela Eimeria sp., bactéria que vive no sangue do animal infectado.

Embora nem todos os animais do rebanho manifestem sintomas graves quando acometidos por verminose ou coccidiose, há perda potencial de conversão de ganho de peso e produção de leite, principalmente por ser uma doença de evolução crônica. Em geral os sintomas variam de acordo com a espécie de verme predominante, a idade do animal hospedeiro e seu estado nutricional. Os principais sintomas são perda de apetite, diarréia, perda de peso, pelos secos e arrepiados, edema submandibular e mucosas anêmicas. Quando há presença de vermes pulmonares ocorre ainda tosse, respiração acelerada e difícil.

Mais detalhes sobre o ciclo de vida dos ecto e endoparasitas bem como as medidas preventivas para que não causem problemas nas propriedades leiteiras serão abordados detalhadamente em novos textos publicados neste site (Partes 2 a 5).

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