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A greve, os impostos e os serviços prestados


Amélio Dall’Agnol

Estamos enfrentados ao movimento reivindicatório dos transportadores de cargas, o qual acabou resultando num movimento de protesto de todos os brasileiros contra os impostos abusivos que a sociedade vê-se forçada a pagar, em troca de quase nada. 

A pergunta que todos fazem é: o que é feito com o dinheiro de tanto imposto, se o que o governo entrega em saúde, educação e segurança - as principais prioridades de qualquer governo - estão um caos?!. 

Quando a corrupção e a incompetência andam juntas, o resultado é catastrófico. Parece ser o caso do Brasil. A corrupção parece estar, finalmente, sendo desvendada e mostra o monstro que se escondia debaixo da mesa. Embora oculta durante décadas; ou seriam séculos? a cara do monstro apareceu e seus comparsas sendo identificados e punidos. Ainda falta muito para que o país seja passado a limpo, mas algo que nunca havia sido possível fazer, está sendo feito.

Uma das incompetências oficiais, agora desvendada, e que está intimamente relacionada ao protesto dos caminhoneiros, foi a gestão pública ter priorizado as rodovias, em detrimento das ferrovias e hidrovias, com o objetivo de incentivar a indústria automobilística.

Esse incentivo promoveu a produção de muitos veículos, incluindo os caminhões, que, para adquiri-los, mais incentivos foram disponibilizados para os potenciais proprietários, aumentando a frota para além das necessidades do país. Enquanto isto, milhares de quilômetros de ferrovias estão abandonadas e deteriorando-se lentamente.

Agora, os proprietários da exagerada frota de veículos de transporte, em sua maioria comprometidos com o pagamento de pesadas prestações ao final de cada temporada e, não contando com demanda de fretes compatível com a oferta de transportadores, vê-se, muito provavelmente, na contingência de disputar os fretes disponíveis a tapa, topando realizar o serviço a preços incompatíveis com os custos do transporte.  

O governo, aparentemente, atendeu as reinvindicações solicitadas pelo comando da greve (seria lockout!), não havendo justificativas para que o movimento continue, embora o pagamento do preço mínimo do frete anunciado pelo Presidente possa não realizar-se, visto que num ambiente de muita oferta de caminhões, o contratante do serviço possa fingir pagar o preço legal, mas negociar clandestinamente com o contratado, um valor menor.  Para o transportador, pouco é melhor do que nada.

Não restam dúvidas de que, embora justas e legítimas as reinvindicações dos caminhoneiros, não faltarão os arautos do apocalipse, apoiadores do quanto pior melhor, desejando o estabelecimento do caos que poderia beneficiá-los, em detrimento do bem estar da maior parte da população.

Vamos em frente; o Brasil é maior do que os seus problemas e merece um Legislativo muito melhor do que aquele eleito em 2012.

Ainda dá para consertar, escolhendo em 2018 representantes mais dignos para nos representar.
 

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