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A importância da Tecnologia de Aplicação para o sucesso do Campo


Jeferson Luís Rezende
A cada safra o campo se defronta com problemas de diversas origens na condução do trato cultural, dentre os quais, as aplicações fitossanitárias que demandam cada vez mais conhecimento e informação.

Com o advento das doenças na Soja, e mais recentemente no Milho, a tecnologia de aplicação vem ganhando destaque, por conta da necessidade de se realizar a adequada cobertura sobre a área folhar da planta, sempre considerando o rendimento da máquina/qualidade da operação/proteção ambiental.


Ao longo dos anos acompanhamos diversos experimentos e ensaios a campo, que objetivam conhecer as peculiaridades e as possibilidades de uso dos vários modelos de pulverizadores, e quais seriam os melhores espectros de gotas para os tratamentos.

É possível elencar algumas considerações que podem ser levadas em conta pelo produtor rural.
Primeiro, que tanto as máquinas rebocadas como os autopropelidos, e os aviões são ferramentas eficazes, que conseguem executar a missão plenamente, desde que estejam devidamente ajustadas e o Operador, ou o Piloto seja treinado para o trabalho (conheça o equipamento em uso e as formas de usá-lo).

Segundo, que os Volumes de Vazões podem ser uma estratégia importante, interessante para ser usada em favor da Operação: menores Volumes de Vazão propiciam maior rendimento, menor consumo de combustível, e, maior concentração de ativo dentro Tanque. Além disso, consegue-se manter um padrão regular de tamanho das gotas, e mais: é possível aplicar com “gotas médias e finas” que são as que conseguem atingir o baixeiro.

Atualmente temos tecnologia de aplicação disponível para trabalhar com Volumes de Vazões menores, máquinas adequadas, e produtos auxiliares – ADJUVANTES – que minimizam perdas por evaporação/deriva/fotodecomposição. Além disso, há uma gama de Pontas (Bicos), e Atomizadores disponíveis no mercado para atender as especificidades dos tratamentos.

Recomendamos como melhor espectro de gotas, entre 200um e 250um. Gotas deste tamanho cobrem adequadamente a planta; não são suscetíveis ao efeito “guarda-chuva”; dificilmente escorrem, mesmo na presença de orvalho; e não são tão sensível a deriva.

De maneira geral, Volumes de Vazões entre 10 litros por hectare até 20 litros por hectare para os fungicidas, estão dentro da “janela positiva” que preconizamos como muito boa. As primeiras aplicações de fungicidas com V.V de 10 L/ha, indo para 15 L/ha ou 20 L/ha, conforme a evolução da planta = o seu fechamento. Passando para Volumes um pouco maiores, ou não, de acordo com a necessidade, e as condições operacionais: temperatura – UR – vento.
Temos casos na região de Guarapuava, onde produtores de Batata, uma cultura que tradicionalmente pulverizam com Volume de Vazão bastante alto, entre 150 L/ha e 300 L/ha, e até mais, nos tratamentos tratorizados; trabalham, com sucesso, com Vazão de 20 litros por hectare na aplicação aérea!


Na Soja e no Milho, muitos produtores trabalham com V.V 15 L/ha. Isso levando em conta a topografia da região, que é mais dobrada; além dos obstáculos existentes: mata – postes de luz – casas, que dificultam o voo e exigem uma operação mais pontual.

É óbvio que para pulverizar com Volumes mais baixos, necessariamente deve ser observado o tripé:
                                                      
PONTAS ou ATOMIZADORES & MÁQUINA AJUSTADA – CONDIÇÃO AMBIENTAL – PILOTO.

Respeitadas estas condições, o tratamento ocorrerá dentro da normalidade, e terá o sucesso esperado.

Outro ponto bastante importante, relacionado à escolha das Pontas, diz respeito ao uso de modelos que não geram gotas muito grossas, e as que não geram gotas muito finas. Gotas com espectro inferior a 100um são muito voláteis e de alto risco para deriva-evaporação-fotodecomposição.

O ideal é produzir “gotas finas – médias”, que são indicadas para aplicações em fases da cultura que seja necessário atingir o baixeiro, porém, sem correr o risco de perdas exageradas por deriva. O uso de ATOMIZADORES, que geram as boas gotas é uma opção. Pontas cônicas, para outros casos específicos.

É oportuno ressaltar que com um bom espectro de gotas, com uma aplicação uniforme, se obtém a eficácia do tratamento. Mais importante do que o Volume de Vazão (ou a Taxa de Aplicação), é o tamanho das gotas e a sua uniformidade. Gotas muito finas são suscetíveis à deriva e as condições climáticas: temperatura – umidade relativa. Por isso, o caminho mais seguro é aplicar com gotas fino-médias, com um espectro entre 200um e 250um; e, sempre fazendo uso de um bom adjuvante. Lembrem-se de que os óleos já não são mais a melhor opção, e que entre eles existem diferenças substanciais, que podem interferir numa aplicação. Hoje o mercado tem disponível, adjuvantes sintéticos, a base de álcool, que são muito eficientes e ainda, demandam de pouca logística de armazenagem e transporte.

Como é possível observar, Tecnologia de Aplicação é um tema extenso, complexo, e de grande importância para o trato cultural; que precisa ser lembrado, e conhecido por todos que labutam no campo.

Consulte sempre seu Engenheiro Agrônomo para definir os melhores parâmetros.


V.V = 15 L/ha  em Soja  


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