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A revolução silenciosa dos jovens no agro


Speaker Alexandre Garcia

A sucessão nos negócios familiares é desafiadora em todos os segmentos. Não é diferente no campo, mas em minhas andanças pelo Brasil como palestrante percebo que a nova geração vem ocupando espaços com coragem, criatividade e conexão com suas raízes. O jovem empreendedor rural, antes visto como exceção, hoje começa a ser protagonista de uma transformação silenciosa no agro. 

A lógica está mudando - e parte disso se deve a quem tem coragem de mostrar o lado bom da lida, da rotina e da vida rural. E ninguém melhor para ilustrar essa virada de chave do que o Junior Pelizzon, ou melhor o “Piá dos Valmet”, figura que representa nas redes sociais, com autenticidade e muito bom humor, a realidade e os sonhos de milhares de jovens do agro.

Muitas famílias rurais enfrentam dificuldades para planejar a transição da gestão e da propriedade entre gerações. A diferença de mentalidade entre pais e filhos, a pressão por manter os negócios viáveis e a ausência de preparo técnico tornam esse processo difícil. Soma-se a isso a migração para a cidade, impulsionado pela ideia de que o campo oferece menos oportunidades, menos qualidade de vida e menos inovação.

Mas redes, o Piá dos Valmet, com seus vídeos descontraídos e cheios de conteúdo, é um desses jovens que escolheram continuar no campo, mas com uma pegada nova: aberta ao digital, ao cooperativismo, à gestão moderna e à tecnologia. Ele representa uma geração que não quer apenas “tocar a propriedade”, mas transformá-la.

A tecnologia, que antes parecia distante das lavouras, hoje é ferramenta essencial para o jovem agricultor. Aplicativos de manejo, drones para monitoramento, softwares de gestão financeira e plataformas de comercialização direta são cada vez mais presentes. Os jovens dominam essas ferramentas com naturalidade e contribuem para uma tomada de decisão mais ágil e embasada. É uma grande oportunidade para todos.

Além disso, o cooperativismo surge como uma ponte entre tradição e inovação. Nas cooperativas, os jovens podem encontrar apoio técnico, acesso a crédito, capacitação e voz ativa. O desafio, no entanto, é adaptar a linguagem e as práticas de gestão para acolher essa nova geração que valoriza autonomia, propósito e participação. Ou seja, as cooperativas que querem manter sua relevância precisam abrir espaço real para o jovem - não apenas no discurso, mas nos conselhos, nas lideranças e nos rumos do negócio.

Outro ponto fundamental é entender que o jovem rural de hoje não é menos ambicioso que o urbano – ele apenas tem outros sonhos. Muitos desejam empreender, diversificar as atividades da propriedade, abrir negócios relacionados ao turismo rural, produtos artesanais, produção sustentável, energia renovável. E precisam de apoio para isso. O Piá dos Valmet mostra que dá, sim, para fazer tudo isso com carisma, com planejamento e com paixão.

A audiência dele vibra ao ver que existe futuro no campo. Que dá para colher conhecimento, respeito e lucro no mesmo talhão. Que é possível ser digital e rural ao mesmo tempo. Que cuidar da terra também é cuidar das pessoas e da própria história familiar. Isso gera engajamento, o termo da moda.

Com exemplos práticos como o do Piá dos Valmet, o jovem empreendedor rural deixa de ser exceção e se torna símbolo de uma nova era. Uma era em que o campo não é mais visto como “fim da linha”, mas como o início de uma jornada cheia de possibilidades, trabalho com propósito e um horizonte fértil para quem sonha grande - com os pés na terra e a cabeça no futuro.

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