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Atualidade e tendência econômica (I)


Argemiro Luís Brum

Enquanto parte do mundo acelera a vacinação e acena com uma recuperação econômica, mesmo que instável em função de uma “terceira onda” da pandemia em alguns locais, por aqui a recuperação tende a ser lenta. Há fortes possibilidades de termos uma nova recessão técnica neste primeiro semestre, provocada pelo recrudescimento da pandemia, a lenta vacinação e a desarticulação das cadeias produtivas, a qual leva à falta de insumos para as indústrias.

E mesmo assim, em função da alta dos preços administrados, em particular os combustíveis, entramos em nova estagflação. A tendência é de uma inflação oficial em torno de 7% anuais entre maio e setembro, enquanto a economia se mantém estagnada. Até março do corrente ano o preço das matérias-primas havia subido 75% em 12 meses. Ora, não se pode facilitar com isso. Tanto é verdade que o Copom, mesmo que tardiamente, iniciou um processo de alta do juro básico. Processo este que irá continuar, podendo a Selic terminar 2021 em 6% e, talvez, acima disso. Assim, não há dúvida de que o quadro da economia brasileira piorou consideravelmente nestes primeiros três meses do ano. E a nova ajuda emergencial, necessária, entra em cena sob o escudo de uma PEC Emergencial que, se esperava, fosse mais robusta.

Ora, a que foi aprovada não ataca suficientemente os problemas, especialmente no que diz respeito aos cortes de despesas públicas. Isso também fragiliza uma possível retomada. Neste contexto, está mais do que evidente que somente com a superação da pandemia a economia pode voltar ao “normal”. E para superá-la, somente acelerando a vacinação em massa, algo que ainda não está ocorrendo.

Aliás, em se mantendo o atual ritmo de vacinação, apenas no final de 2022, início de 2023, a pandemia poderia estar superada. Isso se uma nova cepa do vírus não surgir e eliminar os efeitos benéficos da vacina! Em tal quadro, os investimentos estrangeiros saem do país em maior quantidade do que entram, levando o Brasil a pouco se beneficiar da recuperação mundial que lentamente se inicia. Para complicar o quadro, o governo brasileiro enveredou para o populismo, aumentando as incertezas econômicas. (segue)


 


 


 

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