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Biomassas da Amazônia, Cerrados, RSU: Tesouros Sustentáveis?


Climaco Cezar de Souza

 

BIOMASSAS DA AMAZONIA, CERRADOS, RSU: TESOUROS SUSTENTÁVEIS?

RESUMO -  

“Enquanto muitos criticam as derrubadas de ARVORES VELHAS, MORTAS OU SEM USOS na Amazonia e Cerrados/Caatingas/Mata Atlântica/Mata dos Pinhais/Matas de Araucárias (que competem deslealmente, impedem ou dificultam os crescimentos – menores absorções de carbono do ar/liberações de oxigênio - pelas arvores/vegetações menores nos até 4 andares inferiores) mais as gigantes incinerações e destinações, estas muito incorretas, dos nossos lixos urbanos, sobras de alimentos, cascas, palhas, fezes animais etc. - tb. sem dar opções tecnológicas e recursos suficientes aos municípios /empresários locais etc.. para solucioná-los -, no futuro - sabidamente sem a economia do petróleo a iniciar em até 30-40 anos - as corretas explorações socioeconômicas, desapaixonadas e, verdadeiramente, sustentáveis de tais biomassas (para madeiras certificadas e/ou recuperações de áreas degradadas/em abandono, já com mais que o dobro da área total plantada no Pais) – inclusive pelos revolucionários, recentes e pouco incentivados, MFS ou SAFs/frutas ou SAPs ou ILPF ou ILPExtrativismo e até com florestas cultivadas homogêneas rápidas e/ou florestas energéticas - mais de energias elétricas/aquecimentos obtidos  a partir de biomassas/lixos/fezes/sobras/resíduos etc.) podem ser um ótimo futuro ambiental, socio desenvolvimentista/ recuperadores ambientais - rápidos, reais e muito lucrativos - de nossas regiões ainda subdesenvolvidas e com graves e constantes fontes de abandonos/migrações, desde que dediquemos/investamos nelas apenas cerca de 10% do que já se investiu, e por muitos anos, nos atuais, caríssimos, renováveis mas até pouco sustentáveis, etanol e biodiesel (estes FUNDAMENTAIS para as não-emissões de carbono, mas apenas renováveis, pois competidores por áreas para alimentos e até produtores de muitos resíduos tóxicos/contaminadores, ou seja, atual e infelizmente, já com menores ou baixos benefícios/custos ambientais mais socioeconômicos para a maioria)”. 

ARTIGO –

Introdução e contemporização na América do Sul, em especial no Brasil -

Primeiramente, tomo a liberdades de fazer-vos as seguintes cinco perguntas fundamentais e bem objetivas a seguir, esperando que penses e que analises bem antes de respondê-las:

1) O que fazer com nossos bilhões de arvores - já adultas e/ou mortas e/ou em fase de quedas e/ou de ataques de insetos/doenças e/ou de atrair incêndios e com eles destruir muito mais nos locais etc. – ou seja, itens agrícolas/florestais absolutamente sem crescimentos ou sem serventias atuais - das nossas florestas adultas mais dos nossos lixos (RSU) abandonados, ainda queimados ou apenas enterrados em aterros sanitários caríssimos, problemáticos e de curta vida útil, mais de milhares de t diárias de resíduos de processamentos, sobras de alimentos e outras biomassas florestais, agrícolas, extrativas, e até de nossas fezes e de nossos animais, hoje?

2) Quando valem ou produzem financeiramente hoje, ou causam graves prejuízos/custos, cada um desses itens energéticos/ambientais – para o futuro de nossos jovens mais para os desenvolvimentos socioeconômicos do País, em especial das regiões mais pobres?

3)Ambientalmente, na situação atual e com base no nosso elevado potencial exploratório futuro destes itens, vale a pena nos escondermos numa concha e somente criticarmos, criticarmos, dificultarmos e nada mais fazermos para solucionar, apoiar/e bem utilizar?

4) Nesta situação, você, hoje, é a favor, ou ainda contra, abrirmos um pouco mais diversas explorações para projetos, bem controlados/bem fiscalizados em nosso País - sustentáveis, justas e desenvolvimentistas –, mediante parcerias serias com outros países e/ou outras empresas internacionais, sobretudo se demandantes externas, mais para com seus fundos de investimentos, bancos etc.?

5) Até quando posaremos de donos, xerifes ou fiscais do meio-ambiente mundial, sem nada lucrarmos com isto e muito menos para nossos jovens e para nosso povo pobre?

A seguir apresento-vos, para informações e analises, um importante e bem detalhado estudo em inglês “Global Potential of Sustainable Biomass for Energy “ (com muitas minhas analises mais complementações técnicas, mercadológicas e pelas sustentabilidades) sobre a situação corrente em 2009 mais o elevadíssimo potencial energético-ambiental e socioeconômico das biomassas mundiais – florestais, agrícolas, extrativismos, do RSU e outras –, produzido por cientistas e pesquisadores da Universidade de Ciências Agrícolas da Suécia mais pelo Departamento de Energia e de Tecnologia da Universidade de Upsalla na Suécia (com muitos gráficos e tabelas comparativas sobre as diversas biomassas e em muitos países).

Meu principal objetivo aqui não é falar ou expor técnicas de cultivos/processamentos florestais e agrícolas mais de singaseificação rápida e energética dos RSU, fezes animais, sobras agrícolas e de alimentos nem de possíveis e fundamentais limpezas ambientais GIGANTES, rápidas e baratas - plenamente possíveis por tais técnicas até antigas, mas ainda pouco utilizadas e conhecidas/incentivadas no Brasil -, MAS DE EXPOR, E DE DEBATER, O ELEVADÍSSIMO POTENCIAL BRASILEIRO PARA EXPLORAÇÕES SOCIOECONÔMICAS - REALMENTE SUSTENTÁVEIS E DESENVOLVIMENTISTAS/EMPREGADORAS - DE SUAS BIOMASSAS FLORESTAIS, AGRÍCOLAS MAIS DE SEUS RSU, FEZES, CASCAS, PALHAS, SOBRAS, EXTRATIVISMOS ETC.., AS QUAIS PRECISAMOS CONHECER BEM MELHOR, INCENTIVAR E CRITICAR BEM MENOS. EM GERAL, ALGUMAS ONG E A IMPRENSA E ATÉ UNIVERSIDADES/CENTROS DE PESQUISA NÃO TOCAM NESTES ASSUNTOS, CONSIDERADOS COMO TABU OU DIFÍCEIS OU POR MEDO DE BEM ESCLARECER SEUS PÚBLICOS E DOADORES, EMBORA TODOS CIENTIFICAMENTE POSSÍVEIS E BONS PARA TODA A HUMANIDADE, EM ESPECIAL MANAS REGIÕES MAIS POBRES. Afinal, explorar o amplo medo do desconhecido e falar muito mal deles em geral, rende bem mais IBOPE e grana nos curtos e médios prazos (algo que no Brasil já passa de 40 anos, pois, há muitos anos, a maioria fala, escreve e até pune muito mal dos nossos problemas com meio ambiente ou da Amazonia e sem nunca propor soluções socioeconômicas e ambientais/energéticas para tanto ou se dispõem a captar recursos para aplicar ou incentivar suas soluções para seus povos e para o Mundo). Afinal, o povo mundial, em especial o imediatista brasileiro, adoram serem enganados e até veneram - egoisticamente e sem lembrar dos futuros dos filhos e da família - crises diárias em que não tenham que ajudar a solucionar, ou pelo menos divulgar e sugerir o honesto e sério, no curto prazo.

Na maioria das vezes, criticamos muito os intensivos desmates, incêndios e a ocupação da Amazonia, mas pouco apresentamos de soluções ou de propostas, viáveis, para seus povos, em especial, para a sobrevivência e a sustentabilidade socioeconômica e ambiental de tal floresta.

Todos nós, somente nos lembramos dos, atuais, caríssimos etanol e biodiesel (nem tão sustentáveis e, no momento, até já um pouco fora da realidade ou de solução econômica para os consumidores) e nada se pesquisa ou se desenvolve sobre nossos elevadíssimos potenciais de cultivar e/ou de usar e /ou de processar nossos imensos volumes de biomassas florestais e agrícolas/lenhas/lixos urbanos e rurais/ sobras/cascas/palhas/fezes animais e humanas etc. e de suas importâncias para nossas limpezas e soluções ambientais atuais e futuras, urbano e rurais, públicas e empresariais.

“Mesmo assim, segundo tal diagnostico sueco, o Brasil detém um dos maiores potenciais mundiais para explorar florestas mais para demais biomassas e RSU (lixo urbano ou rural mais fezes animais e humanas etc.) de formas técnicas, ambientais e socialmente corretas, eficazes e, realmente, sustentáveis”.

“A bioenergia é baseada em recursos que podem ser utilizados de forma sustentável em todo o globo e pode fornecer uma opção eficaz para a prestação de serviços de energia a partir de bem maiores perspectivas técnicas e sustentáveis. Na última década, o número de países que exploraram oportunidades de biomassas para o fornecimento de energia aumentou rapidamente. O uso global de biomassa para energia aumenta continuamente e dobrou nos últimos 40 anos (considerando até 2008)”.

“Em 2008, contudo, a quantidade de terra dedicada ao cultivo mundial de lavouras para bioenergia era apenas de 25 milhões hectares ou 0,19% da área total de terras do mundo”. Então, o futuro potencial de obtenção energias a partir de biomassas depende em grande parte da disponibilidade futura de terras para tanto”.

Sabe-se tecnicamente, e em nível mundial que, em altas latitudes a fotossíntese (crescimento de toda a planta, mediante muita respiração local de gás carbono e expiração de oxigênio e que ocorre em cerca de 70%-80% nas suas folhas e galhos mais altos) só é possível na primavera-verão, de três a cinco meses/ano e com cultivos de ciclo curto, como o milho ou a beterraba”.
Já em países tropicais - como no Brasil mais em alguns de seus vizinhos equatoriais e alguns da África equatorial – e com temperaturas elevadas, a fotossíntese é possível praticamente o ano todo, tanto nas florestas, como nos cultivos de ciclo médio longo e bem mais baixos, como cana-de-açúcar, dendê, mandioca, fruteiras, cacau, café etc.. e até em cultivos rápidos e rasteiros como no milho e na soja. Depois das florestas, um campo de cana-de-açúcar ou de dendê, por exemplo, é uma das mais eficientes e rentáveis usinas solares existentes”.

Somente a Amazonia total tem 7.584.421 Km 2 (incluindo os 9 países) e abrigando 50% da biodiversidade mundial, sendo somente a área brasileira de 5.033.072 Km 2 e que representam 7% da superfície do planeta. Cerca de 78% dos solos de terra-firme são ácidos e de baixa fertilidade natural e a temperatura média no Brasil é de 26º C, com umidade do ar altíssima e de 77% na estação seca de abril a outubro e de 88% na estação das intensas chuvas de novembro a março. Existem na nossa Amazônia cerca de 5.000 espécies de árvores (maiores que 15 cm de diâmetro) e são entre 40 e 300 espécies diferentes por hectare (na América do Norte a diversificidade é de 4 a 25).

Da área total de nossa Amazonia, 74% eram ocupadas por arvores nas florestas em 1999, das quais 38% localizadas em florestas densas mais 36% em florestas não-densas mais 13% em cerrados e campos e mais 13% em áreas já em desmatadas, mas em regeneração (o que pode levar de 20 a 30 anos, infelizmente). Cerca de 33% de toda a área florestal se localiza em alguma área de proteção legal, mas, infelizmente, não respeitada e até com desmates incentivos e/ou perdoados e/ou esquecidos, nacionalmente, mas não pela imprensa mundial (é um dos assuntos mais debatidos e noticiados no dia-a-dia da imprensa mundial dos últimos 10 anos, infelizmente).

O Brasil - como um dos maiores e melhores países agrícolas e florestais do Mundo (agora já bem mais processador e exportador mundial, depois de se transformar em agronegócios - tem um total de 851 milhões de hectares, conforme a EMBRAPA, incluindo nossas florestas (sobretudo a Amazônica). Excluindo também as áreas de preservação, lagos, rios, barragens, pântanos, cidades, estradas, ferrovias, hidrovias e áreas inacessíveis ainda sobravam cerca de 510 milhões de hectares utilizáveis em 2006 e futuramente, sendo 395 milhões aráveis e os demais cerca de 220 milhões eram de pastagens nativas mais um pouco cultivadas mais degradadas. Em 2060, segundo projeções e se cuidarmos bem doravante, a área potencial agropecuária brasileira pode chegar a 382 milhões de hectares, sendo 102 milhões com pastagens cultivadas e 280 milhões com agricultura permanente ou anual (esta com 250 milhões de há futuros e possível de ser cultivada com até 3 cultivos sequenciais por ano). 

Entretanto, é preciso lembrar que a EMBRAPA estimava em cerca de 90 milhões de hectares da área total de pastagens ou de usos mistos – do total de cerca de 220 milhões de há - já estejam degradadas no País (dos cerca de 510 milhões de hectares cultiváveis), em especial por pecuária de baixo nível mais por cultivos sequenciais com pouca proteção dos solos, pouco calcareamento e/ou com baixa tecnologias, perto/dentro de aguadas e/ou elementos compactantes etc... Também, estima-se que alguns agricultores (não todos) já quase destruíram ou abandonaram ou deixaram de explorar/deixaram para trás e atras de terras novas e baratas nas novas fronteiras cerca de 120 milhões de hectares de terras com alta fertilidade inicial nas regiões originais e com bons níveis de chuvas. Assim, pela soma da agropecuária já seriam em torno de 210 milhões de hectares de áreas totais já degradados e com difícil recuperação. Pior é que do restante de pastagens ainda em usos, mesmo que mistos, no Brasil (cerca de 130 milhões remanescentes dos 220 milhões de há) estima-se que 50% das áreas de pastagens em altos usos, ou seja, cerca de 65 milhões de há já estejam invadidas por diversas plantas daninhas rápidas ou plantas toxicas para animais ou invasoras de terras já acidificadas, ou seja, que também precisam participar de um bom projeto de sustentabilidade ambiental e de renovação socioeconômicas corretas.

“No Mundo, a certificação é considerada como o instrumento mais adequado para o desenvolvimento de sistemas de bioenergias florestais (mais agrícolas, RSU e demais, inclusive extrativistas). Portanto, precisamos de mais pesquisas sobre sustentabilidade e certificação, bem como em tópicos que poderiam formar a base para um novo sistema com padrões mais confiáveis e abrangentes de sustentabilidade para bioenergias”.

Com certeza, já são – e serão bem mais - as tais florestas certificadas (madeiras de alto nível para exportações e/ou usos internos), aliás como já se faz no café, frutas, açúcar, outros itens agrícolas/alimentos e carnes, todos “certificados”, inclusive orgânicos ou do chamado “fair trade”, uma vertente de comércio crescente, mas exigentíssima, da qual já muito escrevi aqui). Tais cultivos industriais certificados ou explorações florestais corretas somente precisam serem realmente incentivados e com áreas até cedidas para parcerias internacionais seguras e sérias, se possível com grupos grandes demandantes/consumidores também certificados na outra ponta (não podemos mais ter medo disto e de nada que nos gerem empregos, rendas, desenvolvimentos seguros e limpezas ambientais efetivas e bem planejadas/fiscalizadas). Muito pior, são as madeireiras e mineradoras ilegais e 100% nacionais e que até contam com a colaboração/incentivo de muitos Governos das 3 esferas mais de empresários e agentes locais e regionais/estaduais, até policiais. Tais sistemas propostos no resumo também podem e devem ser bem mais utilizados para renovações e recuperações rápidas e economicamente viáveis de terras já degradadas e/ou abandonadas em todo o País, como descrito e mensurado antes (inclusive para vendas e/ou reusos posteriores). Poucos países do Mundo têm esta condição como no Brasil (somente mais alguns do norte e nordeste da Europa e alguns da África e das América Latina).

Assim, explorar sustentável e tecnicamente correto as arvores e outros vegetais e extrativismos de médio e de grande portes, em crescimentos plenos e se possível mais rápidos, nas florestas nos próximos anos, em especial na Amazonia e Cerrados (onde ocorrem, hoje, as maiores devastações), será uma grande revolução ambiental mais socioeconômica e até cultural nas regiões do Brasil, em geral, tão pobres. Obvia e cientificamente, uma arvore jovem mais seus galhos e folhas e raízes, em crescimento rápido ou mesmo lento, sequestra muito mais carbono e produz muito mais oxigênio limpo (efeito clorofila), do que outra arvore já adulta e próxima de sua morte e/ou do seu ponto de abate.

 Comprovadamente, e longe de defender as devastações insustentáveis e as derrubadas/industrializações não-técnicas (pelo contrário), sabe-se que nas florestas adultas - em especial na Amazonia, Mata Atlântica, Cerrados e até nas Caatingas, as arvores/palmeiras/coqueiros/cultivos maiores etc.., não-abatidas econômica e controladamente, morrem ou se incendeiam entre 25 e 40 anos após seu nascimento (as maiores e/ou as mais lentas) e entre 60% e 90%, cfe. os locais e as espécies, sem quaisquer usos ou destinos a não ser provocarem queimadas, incêndios, salinização, lixiviação potássica do solos e subsolos pelas cinzas, mortes de sementes e mudas dos solos, idem de plantas menores - iguais ou não - e em crescimentos para substituições, queima de matéria orgânica rica e de biotas habitantes ou seus processadores (minhocas etc..), mortes de muitos animais e outros danos ambientais diretos e indiretos - em médio e em longo prazos -, todos ainda pouco mensurados, pois considerados até desnecessários, embora reais e elevados (hoje é até um grande tabu falar sobre isto).

“Estima-se que de 25% a 75% do CO2 assimilado pelas plantas perenes e lenhosas seja consumido no processo de respiração, que está associada ao crescimento de novos tecidos, respiração de manutenção e respiração correspondente aos demais processos metabólicos. Vale salientar que a respiração necessária para o crescimento de tecidos novos consome cerca de 30% da assimilação total de CO2, de modo que a demanda respiratória real depende da fase fenológica em que ocorre a formação de novos tecidos”

Na nossa Amazonia, estima-se que sejam 390 bilhões de arvores e a mais alta já detectada tem 88 m de altura, mas a maioria cresce até 30 m do solo. Cada arvore adulta, viva em fase final e/ou morta, ocupa uma área enorme e a sua copa captura a maioria da luz solar incidente, praticamente impedindo que chegue até os 5 andares de vegetação inferiores, estes em crescimento muito lento pela falta de luz e menor acolhimento de chuvas.  Somente abatendo-a, técnica e sustentavelmente corretas, e replantando-a imediatamente haverá um vigoroso e imediato crescimento protetor ais elevado sequestrador de carbono por todas as vegetações dos andares inferiores e que agora passarão a serem vigorosas e disputando áreas por insolação, CO2 e chuvas e liberando muito mais oxigênio para os humanos e todas as biotas próximas ou distantes.

Como exemplo, no caso das castanheiras (uma arvore vigorosa, muito comum e com boa madeira industrial), o diâmetro médio da copa varia entre 14,68 m e 23,66 m, com média de 19,50 m2. Obviamente, para plantas iguais e menores (e até diferentes) ou até galhos inferiores da mesma arvore - e em tentativas de sobrevivências e de crescimentos até substitutivos nos andares inferiores - trata-se de um imenso desafio conseguir vencer barreiras de falta de irradiação solar superior mais de bem menos chuvas diretas recebidas.

Em diagnósticos de 2003 efetivado pela Unidade de Manejo Florestal em Paragominas (PA) verificou-se que, em áreas com vegetações mais rasteiras, as cerca de 854 arvores baixas por hectare ocupavam em média 4,93 m2. Já nas áreas mais fechadas, como na maior parte da Amazonia, as cerca de 309 arvores altas por hectare ocupavam em média 27,45 m2 de superfície no solo.

Quanto maior a copa/telhado de cada arvore ou vegetal de maior porte, pouca ou nenhuma chuva passa ou cai para o solo, até porque boa parte evapora antes para formar os tais “rios voadores” ou “rios de nuvens” que percorrem milhares de Km, ao sabor/transportes dos ventos no Brasil, sobretudo em direção as áreas de grãos, cana, café, frutas e pastagens etc. do Centro-Oeste e do Sudeste. Também, a área foliar total disponível flutua cerca de 25% ao ano, conforme as estações de chuvas/secas. A dificuldade para a entrada de luz pela abundância de copas faz com que a vegetação rasteira seja muito escassa na Amazônia, bem como os animais que habitam o solo e precisam desta vegetação. A maior parte da fauna amazônica é composta de animais que habitam as copas das árvores, entre 30 e 50 metros de altura.

Nas florestas de Araucárias do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul (bem menor vigorosas e menores do que na Amazonia), a densidade ótima e máxima fica próxima a 165 árvores por hectare, para não haver competição por copa. Com isto, são até 331 o número de árvores por hectare, mas é necessário um desbaste de aproximadamente 50% para abrir o dossel do povoamento. Em sistemas florestais mais antigos, com diâmetros mínimos acima de 45 cm de diâmetro no melhor ponto industrial (“diâmetro de rodo”), o valor para densidade ótima não pode ultrapassar a 100 árvores/há; já com valores acima de 55 cm este deve ser próximo a 58 árvores/ha.

Já em florestas no RS, a maior parte das copas das árvores apresenta tamanho entre 5 e 10 m2, mas há um grande número de árvores com copas com superfícies entre 10 e 20 m2. No dossel superior têm copas horizontais, pouco densas; as do estrato inferior têm copas verticais e profundas.

Assim, concluindo, impedir os crescimentos - de forma técnica/sustentável – de qualquer arvore ou plantas de médio/grande portes e em franco ou possível crescimento (ou sobretudo impedindo-as de crescer e de frutificar, de ceder seu lenho de forma industrial e segura, como fazem os animais com seus corpos, e de sequestrar muito mais carbono), com certeza, leva a danos ambientais e socioeconômicos bem maiores para todos os povos dos planetas. Mantê-las adultas ou esperando a morte e incêndios danosos para muitos ecossistemas e biotas e solos/subsolos pode ser também considerado como um “grande crime ambiental além de anti socioeconômico e comprovadamente insustentável”.

Com tecnologias adequadas, formas sustentáveis e poucos recursos, cada arvore em crescimento nos andares inferiores – além de outros ganhos já descritos - pode sequestrar 5 a 10 vezes mais carbono do que arvores em final de crescimento, ou adultas ou já mortas; Idem para os corretas singaseificações rápidas e muito mais baratas de lixos, fezes, resíduos de processamentos, cascas, palhas e sobras de alimentos etc. - sólidos ou com até 14% de umidade - mais Poder Calorifico Inferior PCI mínimo de 2.850 kcal/kg (até facilmente obtível com minhas técnicas e maquinas, muito eficientes e baratas, sino-indu-brasileiras).

Tecnicamente, os lixos urbanos e rurais (RSU) contem entre 65% e 75% de biomassas, resíduos vegetais, sobras de alimentos etc. Singaseificar, hoje, para eletricidade e/ou aquecimentos próprios ou para vendas, é muito mais barato, mais rápido e mais eficiente – tecnicamente e ambientalmente - do que enterrá-los em aterros e biodigestores, até 3 vezes mais caros (do que os meus singaseificadores) e com curta viagem útil de no máximo 20 anos e sendo ambos grandes produtores do perigosíssimo metano, ambientalmente, bem pior do que o CO2, já estocado como madeira inerte/não-aproveitada devidamente como fundamental, e a ser emitido da queima das florestas.

Na verdade, os singaseificadores podem ser analisados hoje como grandes limpadores e/ou sustentabilizadores ambientais rápidos, seguros e de elevado sucesso, pouco importando, embora importantes, apenas seus objetivos e grandes resultados socioeconômicos e energéticos mesmo que individuais e substitutivos dos atuais e crescentes aterros e biodigestores mais da queima/incineração dos RSU, fezes animais e humanas.

RESUMO DAS PRINCIPAIS CONCLUSÕES DO ARTIGO SUECO -

“O relatório tem uma perspectiva global e sintetiza a quantidade de informações sobre bioenergia e sua distribuição relativa em diferentes campos, e seus potenciais”.

“Considerando que a investigação científica está entre as mais importantes atividades humanas e elemento central para uma sociedade baseada no conhecimento, os resultados mostram que as bioenergias das biomassas podem ser a fonte de energia renovável (sustentável) mais importante em médio prazo. Ele irá desempenhar papel crucial em sistemas integrados de futuro suprimento de energia e será um elemento valioso de uma nova matriz energética”.

“As biomassas, presentes, já são a quarta maior fonte de energia depois do carvão, petróleo e gás natural; contudo, elas já são a maior e melhor opção de energia renovável mais importante no momento, pois podem ser usadas para produzirem diferentes formas de energia. Como resultado, é, juntamente com as outras opções de energia renovável, capazes de fornecer todos os serviços de energia necessários a uma sociedade moderna, tanto localmente, como na maior parte do mundo. Renovação e versatilidade são, entre muitos outros aspectos, importantes vantagens da biomassa como fonte de energia. Além disso, em comparação com outras energias renováveis, os recursos de biomassa são comuns e difundidos em todo o mundo.”

“O potencial de sustentabilidade da biomassa global (florestal, agrícola, RSU e e demais) para energia é amplamente reconhecido. Por exemplo, a produção primária global anual de biomassa é equivalente a 4.500 EJ1 da energia solar capturada a cada ano, ou seja, é muito superior em termos potenciais. Entretanto, o potencial para energia de biomassa depende em parte da disponibilidade de terras. Em 2008, a quantidade de terras dedicadas ao cultivo de culturas energéticas para combustíveis de biomassa era apenas 0,19% do total mundial área de terra e apenas de 0,5-1,7% das terras agrícolas globais em utilizações”.

“Contudo, numa visão pratica e sustentável ambiental e socioeconomicamente já em 2008, o estoque de floresta em pé já era um grande reservatório de bioenergia e em linha com o potencial teórico de energia de biomassa. No entanto, a maioria dos estudos de pesquisa sobre os potenciais de biomassa ignoram os estudos existentes sobre demanda e oferta de madeira (“certificada”), apesar da extensa literatura e dados sobre a tema. Levando em consideração os dados em 2008 de uma variedade de fontes internacionais, mais estimativas aproximadas do potencial de produção de energia da biomassa lenhosa da silvicultura, tudo mostrava que, em tese, a a demanda por lenha e madeira redonda industrial em 2050 pode ser atendida de forma inteiramente certificada, sem mais desmatamento, embora possam ocorrer certa escassez regionais”.

“No entanto, a mudança na matriz energética futura requer muito mais investimentos em infraestrutura, equipamentos e maquinas bem mais modernas, novos sistemas de cultivos/processamentos e, em alguns casos, muito mais pesquisas e desenvolvimentos pelos centros de pesquisa e por empresas diversas. Além disso, um pré-requisito para alcançar e ampliar o elevado potencial das bioenergias das biomassas florestais agrícolas, RSU etc., - já alto e em todas as regiões - requer substituir rápido os atuais, mas ineficientes e pouco intensivos, sistemas de gestão por outros com melhores práticas e tecnologias (vide resumo acima)”.

“São 4 as fontes principais de biomassas sustentáveis: agricultura, floresta, resíduos de alimentos/RSU e outros itens menores. Contudo de cerca de 4.911 registros de pesquisas sobre bioenergias recuperados, poucos já discutem os critérios de certificação (apenas 51 registros) e critérios de certificação e de sustentabilidade em especial para energias (23 registros)”.

“As referências citadas neste relatório demonstram que o potencial de bioenergia mundial é grande o suficiente para atender à demanda global de energia em 2050. Portanto, a produção sustentável de biomassas para energia é a questão importante para aumentar a produção de bioenergia”.

“Estimativas aproximadas do potencial de produção de energia da biomassa lenhosa da silvicultura mostram que as florestas podem, em tese, se tornarem uma grande fonte de suprimentos de bioenergias, e que o uso de biomassa lenhosa pode, em teoria, ser realizada sem colocar em risco o abastecimento de produtos industriais mais de toras de lenha e sem mais desmatamentos”.

“Os combustíveis líquidos obtidos pela via gasosa (mais gasosos diretos = singás) feitos de biomassa estão atraindo um interesse crescente em todo o mundo. Três principais fatores que impulsionam o interesse crescente nesses biocombustíveis: 1) Preocupações com a segurança energética; 2) Considerações ambientais que enfocam as ainda bem maiores emissões de GEE; 3) Muito são indicados para manter e criar empregos e desenvolvimento econômico em áreas rurais”.

Vide em inglês em: https://worldbioenergy.org/uploads/WBA_Global%20Potential.pdf

 

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