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Grandes produtores e consumidores de alimentos


Amélio Dall’Agnol

Segundo a FAO, atualmente o mundo produz cerca de 2,5 bilhões de toneladas de grãos. É mais do que o necessário para atender à demanda global que, apesar dessa oferta robusta, o preço dos grãos no mercado não declinaram como poder-se-ia esperar. A demanda pelos grãos de soja e de milho cresce mais do que a de outros grãos, porque constituem a principal matéria prima para a produção de proteína animal (carnes, leite e ovos).  Segundo dados da literatura internacional, de 1990 a 2017, a demanda pelos grãos de soja, milho, arroz e trigo aumentou, respectivamente, 207%, 108%, 46% e 36%. 

Os países que mais contribuem para a produção de grãos são - pela ordem de importância – a China, os Estados Unidos (EUA), o Brasil, a Índia e a Indonésia. A China e a Índia, apesar da sua grande produção agrícola, precisam importar alimentos para suprir as necessidades alimentares de suas gigantescas populações (1,4 bilhões de pessoas cada), mais do que o dobro da soma das populações das três Américas, ou, quase 40% da população mundial. 

Sem ser um grande produtor de soja, a China é o maior consumidor global do produto, por causa da grande produção interna de carne de suínos e de aves. Mais de 60% da soja comercializada no mundo e mais de 70% da soja exportada pelo Brasil vai para o mercado chinês, o que muito contribuiu para que esse país se tornasse o principal parceiro comercial do Brasil, responsável por mais do que 20% do nosso comércio exterior.

Com produção aproximada de 1,0 bilhão de toneladas, o milho é o grão mais produzido no mundo. EUA, China e Brasil são os principais produtores do cereal, com diferenças expressivas entre eles: 360 Mt, 220 Mt e 90 Mt, respectivamente (2017). Juntos, respondem por mais de 60% da safra global. 

A produção de trigo e de arroz - cerca de 700 Mt cada - formam com o milho o principal trio de grãos em nível mundial. A soja vem em 4º lugar, com produção aproximada de 350 Mt. China, Índia e Bangladesh lideram a produção de trigo, enquanto que União Europeia, Rússia e EUA lideram as exportações e Egito, Indonésia, Argélia e Brasil, lideram as importações do cereal.

O arroz está fortemente concentrado na Ásia. China, Índia e Indonésia lideram sua produção, enquanto que a exportação é liderada pela Índia, Tailândia e Vietnã, sendo a China, Nigéria e Irã os maiores importadores do grão.

Apesar de estar, aparentemente, sobrando alimentos no mundo, boa parcela da população de 38 países está passando fome; 29 desses países estão na África, segundo a FAO. Esse problema não está vinculado à capacidade produtiva das nossas lavouras, ou da ineficiência dos nossos produtores rurais, mas à má distribuição da renda. Os que ainda passam fome são vítimas da falta de dinheiro para comprar o alimento ou da corrupção que compromete o desenvolvimento dessas nações. 

Vivemos um paradoxo: temos cidadãos fazendo regime porque precisam emagrecer por comer demais e outros, magros demais porque não comem o suficiente por falta de recursos financeiros para adquirir o alimento. 

“Sempre houve alimento suficiente no mundo para todas as necessidades humanas; nunca haverá o suficiente para a cobiça humana” (Mahatma Gandhi).

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