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Manejo correto do trigo amplia produtividade no campo


Ariel Muhl

Ariel Muhl, agrônomo de campo na Corteva Agriscience

O Brasil deve obter nesta safra um aumento na área plantada com trigo. De acordo com a consultoria Safras & Mercado, serão 3,105 milhões de hectares, um aumento de 5,2% em comparação a 2024. Já a produção deve ser de 6,9 milhões de toneladas, segundo a StoneX. Rio Grande do Sul e Paraná são os maiores produtores brasileiros do cereal.

Essa cultura avança durante o mês de agosto, cuja colheita acontece na primavera e segue até dezembro. Neste período, a lavoura segue com perfilhamento e início do alongamento do colmo a emborrachamento e florescimento (a depender da região do Estado, já que os momentos de plantio são distintos). É uma fase crucial que demanda ações para a manutenção do manejo de daninhas, que se não bem controladas, podem trazer prejuízos produtivos.

As principais invasoras que acometem a cultura são: Azevém (Lolium multiflorum), Buva (Conyza spp.), Aveia (Avena strigosa e Avena sativa), Capim-amargoso (Digitaria insularis), Nabo (Raphanus raphanistrum e Raphanus sativus), Picão-preto (Bidens pilosa), Leiteiro (Euphorbia heterophylla) e Poaia (Richardia brasiliensis). Com modos de ação e impactos diferentes entre si, de forma comum elas necessitam de um controle efetivo para não prejudicarem a performance da planta.

De modo geral, é importante realizar um manejo com herbicida já na pré-emergência da cultura, pois o manejo antecipado na dessecação pré-plantio evita a competição inicial por água, luz e nutrientes, reduz o banco de sementes no solo, melhora a eficiência dos herbicidas, diminui a pressão por pragas e doenças e facilita o manejo durante o ciclo, já que áreas limpas reduzem a necessidade de aplicação no pós-emergência, diminuindo o custo do produtor.

Durante o ciclo, mesmo com o manejo pré-emergente, ao menos algumas aplicações de herbicidas pós-emergentes também se mostram fundamentais para evitar o aumento da população de invasoras. Neste caso, um defensivo com característica de seletividade é o ideal para este estágio no trigo.

Para aumentar a efetividade do controle, a produtividade final do grão e a diminuição dos custos do produtor, é necessário que o mercado desenvolva herbicidas com menos resistência às daninhas, tenha baixa dosagem, seja utilizado tanto no pré quanto na pós-emergência da cultura e sustentabilidade na aplicação.

Com estas inovações, o Brasil conseguirá aumentar seu protagonismo no cultivo do trigo, um cereal versátil, que pode ser utilizado não só na alimentação humana, mas também na alimentação animal, na produção de álcool e bioenergia, na indústria de papel e adesivos e como matéria-prima para produtos industriais derivados do amido.

*Engenheiro agrônomo formado pela Universidade de Passo Fundo, mestrando em produção vegetal na Unioeste e Agrônomo de Campo de Proteção de Cultivos na Corteva Agriscience, responsável pela região Sul

 

 

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