
No estado em que a economia mundial se encontra o grande motivo de preocupação não deve ser mais a continuidade da mesma, após quatro anos de seu início, e tampouco deve ser a constatação de impotência que os países estão encontrando para dominá-la. A preocupação maior deve vir do fato de que, apesar de tudo, nada mudou ainda. Ou pior, o movimento do mercado e dos Estados, na busca de um sistema que melhor regule o capital especulativo, não demonstra um real interesse em reverter a situação que aí está.
Dito de outra forma, apesar das lições aprendidas nestes últimos quatro anos, o mundo econômico não está se mobilizando para realmente encontrar uma saída para o problema que engendrou a atual crise. Por enquanto, muitos ainda se perguntam se o comportamento global que levou à crise é resultado de um movimento irracional ou resultado de receios legítimos com o caminhar da economia global.
A resposta que poderíamos oferecer é a seguinte: a crise é real e a incapacidade de uma mobilização concertada entre os países, para enfrentá-la e resolvê-la, também. Assim, no curto prazo não há esperança no horizonte. Salvo solução durável e radical, gerada de forma surpreendente, os investidores continuarão preocupados com a sorte dos países altamente endividados da “zona euro”; paralisados diante de uma retomada econômica mundial que não acontece junto aos países mais ricos; inquietos com a natural perda de fôlego dos países emergentes; e cansados da incapacidade pública em reagir de forma decisiva.
Nada mudou (ainda)! (II)
Um quadro que projeta anos sombrios pela frente. Três elementos jogam em favor desta tendência. Em primeiro lugar, os dirigentes políticos do mundo ainda não conseguiram avaliar corretamente o tamanho do problema.
Suas ações continuam muito mais voltadas aos resultados eleitorais do que a realmente gerar uma solução sustentável ao problema. Com isso, as medidas até aqui tomadas são muito superficiais. Na “zona euro”, por exemplo, a crise demonstra a falta de solidariedade entre os países membros, tornando-a uma construção frágil que pode ruir a qualquer momento. Algo inconcebível há poucos anos atrás.
Em segundo lugar, a conjuntura mundial continua se deteriorando, fato que coloca o problema numa dimensão estrutural. O contexto econômico mundial se mantém deprimido e a retomada econômica na Europa, nos EUA e no Japão não virá nem mesmo em 2012. Aliás, o receio agora é de que o mundo caia definitivamente em uma grande recessão.
Enfim, o setor financeiro, causa e conseqüência da crise, permanece enfrentando sérios problemas de continuidade, conservando em seus balanços títulos podres e dívidas estatais à beira do calote, como é o caso da Grécia. Bancos, como o Goldman Sachs, acabam agindo dubiamente.
Ao mesmo tempo em que se mostram preocupados com a situação do sistema, continuam desenvolvendo produtos financeiros para tirar vantagens da crise. Ou seja, enquanto orientam seus clientes para enfrentar a crise, continuam a servir de motor para a mesma. E a conta quem paga é a economia real!
Dito de outra forma, apesar das lições aprendidas nestes últimos quatro anos, o mundo econômico não está se mobilizando para realmente encontrar uma saída para o problema que engendrou a atual crise. Por enquanto, muitos ainda se perguntam se o comportamento global que levou à crise é resultado de um movimento irracional ou resultado de receios legítimos com o caminhar da economia global.
A resposta que poderíamos oferecer é a seguinte: a crise é real e a incapacidade de uma mobilização concertada entre os países, para enfrentá-la e resolvê-la, também. Assim, no curto prazo não há esperança no horizonte. Salvo solução durável e radical, gerada de forma surpreendente, os investidores continuarão preocupados com a sorte dos países altamente endividados da “zona euro”; paralisados diante de uma retomada econômica mundial que não acontece junto aos países mais ricos; inquietos com a natural perda de fôlego dos países emergentes; e cansados da incapacidade pública em reagir de forma decisiva.
Nada mudou (ainda)! (II)
Um quadro que projeta anos sombrios pela frente. Três elementos jogam em favor desta tendência. Em primeiro lugar, os dirigentes políticos do mundo ainda não conseguiram avaliar corretamente o tamanho do problema.
Suas ações continuam muito mais voltadas aos resultados eleitorais do que a realmente gerar uma solução sustentável ao problema. Com isso, as medidas até aqui tomadas são muito superficiais. Na “zona euro”, por exemplo, a crise demonstra a falta de solidariedade entre os países membros, tornando-a uma construção frágil que pode ruir a qualquer momento. Algo inconcebível há poucos anos atrás.
Em segundo lugar, a conjuntura mundial continua se deteriorando, fato que coloca o problema numa dimensão estrutural. O contexto econômico mundial se mantém deprimido e a retomada econômica na Europa, nos EUA e no Japão não virá nem mesmo em 2012. Aliás, o receio agora é de que o mundo caia definitivamente em uma grande recessão.
Enfim, o setor financeiro, causa e conseqüência da crise, permanece enfrentando sérios problemas de continuidade, conservando em seus balanços títulos podres e dívidas estatais à beira do calote, como é o caso da Grécia. Bancos, como o Goldman Sachs, acabam agindo dubiamente.
Ao mesmo tempo em que se mostram preocupados com a situação do sistema, continuam desenvolvendo produtos financeiros para tirar vantagens da crise. Ou seja, enquanto orientam seus clientes para enfrentar a crise, continuam a servir de motor para a mesma. E a conta quem paga é a economia real!