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Novidades no tratamento da acidose ruminal subclínica (ARS)


Opinião Livre
Em tempos de custos de produção animal cada vez mais altos, muitas vezes o produtor busca tecnologias mais elaboradas para adequação de seu rebanho em busca de melhor: quantidade, qualidade e preços de sua produção. 
Sem dúvida, a nutrição é o maior dos custos em qualquer atividade pecuária leiteira ou corte. E a variação de insumos e ingredientes utilizados é sempre uma constante na busca da maior produção com o menor custo. 
Nesse contexto, a Acidose Ruminal Subclínica (ARS) traduz-se em um dos maiores desafios dos rebanhos de alta produção que consomem dietas de alto teor de carboidratos não fibrosos (grãos e cereais) como fontes energéticas e, por muitas vezes, passa despercebida em função da ausência de sinais clínicos. Todavia, o quadro pode evoluir para Acidose Ruminal Aguda, tendo como consequências: timpanismos, laminites e abscessos de fígado, os quais podem levar os animais a morte em casos mais severos. 
A ARS é uma doença associada ao rebanho e não ao indivíduo, seus sintomas são praticamente imperceptíveis, mas suas consequências representam grandes prejuízos em toda cadeia de produção. Estima-se que a ARS pode acometer 20% dos rebanhos comerciais causando um prejuízo de até U$ 1,12 por animal/dia em queda de produção. A minimização dessas perdas passa por controles na alimentação dos animais, na escolha dos ingredientes e utilização de insumos visando um melhor ambiente ruminal, assim como por práticas de manejo como a adaptação alimentar dos animais que podem ser realizadas de várias formas. 
O ambiente ruminal é composto por microrganismos que realizam a fermentação dos carboidratos presentes nos alimentos. Qualquer alteração deste meio, principalmente às oscilações do pH podem levar a um desequilíbrio na flora levando à ARS. O líquido ruminal apresenta um pH fisiológico entre 6,0 e 7,0, que é influenciado diretamente pela proporção concentrado/volumoso da dieta que o animal recebe. 
Aditivos tamponantes têm sido utilizados na intenção de estabilizar o ambiente ruminal evitando quedas abrutas no pH. Atualmente os tampões mais utilizados no Brasil são o bicarbonato de sódio, carbonato de cálcio, óxido de magnésio e a bentonita e têm sido de utilidade na adaptação a dietas com altos teores de grãos. 
Estudos recentes realizados na USP Pirassununga pelo Prof. Dr. Ives Bueno, Professor de Nutrição de Ruminantes - Departamento de Zootecnia, em parceria com a empresa PrimaSea mostram que, o Lithothamnium sp, um complexo biomineral orgânico oriundo de sedimentos bioclásticos marinhos, vem ao encontro dos anseios da produção pecuária, pois é capaz de modular o pH ruminal entre 5,8 e 6,2 mantendo o ambiente ruminal propicio à microflora capaz de promover a degradação das fibras e produzir os Ácidos Graxos Voláteis (AVGs) com a característica de não contribuir para o aumento da osmolaridade do meio, com menor produção de gases e melhor aproveitamento da fibra. 
Utilizado na Europa há cerca de 200 anos, com jazidas ativas na costa brasileira e registrado no IBD (Instituto Brasileiro de Biodinâmica) como produto natural para produção orgânica, é uma realidade para a agropecuária moderna e de precisão. 
Angelo Boarini
Médico veterinário da PrimaSea e especialista em Produção Animal Ruminantes

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