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Pecuária de Ciclo Curto: veja e supere os fatores limitantes


Guilherme Augusto Vieira

Conheça os principais fatores cruciais que restringem a produção no sistema de ciclo curto.

Guilherme Augusto Vieira[1]

 

A produção de pecuária de corte no Brasil é caracterizada, em grande maioria dos produtores, pela produção extensiva a pasto, na maioria das vezes marcada pela produção de ciclo longo, com abate, ciclos reprodutivos tardios e convivendo com o contraste da produção tradicional x produção moderna.

Essa realidade, no entanto, está em franca transformação. A introdução e consolidação dos sistemas de produção intensivos (como Confinamento, TIP - Terminação Intensiva a Pasto, e RIP - Recria Intensiva a Pasto) e semi-intensivos (Semiconfinamento) têm impulsionado a pecuária de ciclo curto. O objetivo é claro: produzir animais precoces, com melhor acabamento de carcaça e, consequentemente, reduzir drasticamente o tempo até o abate e os ciclos reprodutivos.

Para essa migração de patamar, da pecuária tradicional para a moderna, a simples adoção de tecnologias não basta; é necessário cumprir uma série de condicionantes de gestão e manejo.

Este artigo enumera os principais fatores essenciais para a implementação bem-sucedida da pecuária de ciclo curto, focando em eficiência e alta produtividade, a se destacar:

  • Introdução de cultura empresarial na produção com adoção das ferramentas administrativas ( planejamento, orçamento, planilha de custos)  já que a produção de ciclo curto exige investimentos;
  • Genética - Aptidão e conformação: A seleção de animais com genética superior para ganho de peso e qualidade de carcaça maximiza o potencial;
  • Implantação de protocolo sanitário consistente : não basta somente a vacinação e vermifugação , deve-se implementar cultura e medidas de biossegurança como na avicultura e suinocultura industrial: Animais saudáveis convertem alimento de forma mais eficiente;
  • Ambiente e bem-estar animal: boas instalações (cochos, bebedouros), sombreamento de pastagens, garantem condições para os animais expressarem seu potencial genético;
  • Taxa de lotação adequada dos piquetes para RIP, TIP e Semiconfinamento: excesso de animais, taxas de lotações inadequadas compromete a produção e produtividade;
  • Custo da Dieta vs. Preço da Arroba: A rentabilidade depende da relação entre o custo da diária do animal e o valor de venda;
  • Comportamento do mercado: Estar atento ao mercado, custo dos insumos (preço do milho por exemplo), preço da @ do boi, preço de reposição do bezerro e boi magro.
  • Gestão de índices técnicos: Boa gestão dos índices técnicos faz com que ocorra controle das operações e medição dos resultados. Adotar métricas para metas de desempenho
  • Fatores nutricionais: dietas bem elaboradas, suplementação estratégicas com rações e suplementos de boa qualidade de acordo com as categorias animais produzidas. Ah, não se esqueça de pastagens de boa qualidade para as produções de RIP/TIP e Semiconfinamento.

A transição para a pecuária de ciclo curto é um caminho sem volta para quem busca maior rentabilidade e eficiência no Brasil. Contudo, o sucesso não reside em apenas aplicar uma nova tecnologia, mas sim na integração e excelência de gestão de todos os fatores citados. Ajustar estes pilares, idealmente com o suporte de uma consultoria especializada, é a garantia para alcançar resultados expressivos. Afinal, na pecuária moderna, não se pode esperar um "bom vinho" (alto lucro) usando "uvas sem qualidade" (manejo deficiente e genética sem qualidade).

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[1] Médico Veterinário, Doutor em História das Ciências, autor dos Manuais Semiconfinamento e Confinamento, atualmente é gestor da Plataforma www.semiconfinamento.com.br e ministra cursos e treinamentos na VeteAgroGestão. Conteudista do Giro do Boi Canal Rural , escreve no Agrolink, Folha Agrícola e O Presente Rural.  Contatos com o autor: [email protected] ou Instagram@gvieiraoficial

 

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