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Compromisso com as reformas institucionais


Arnaldo Calil Pereira Jardim
Há uma insatisfação na sociedade brasileira que se manifestou, nos últimos tempos, com protestos diversos, ruidosos e frequentes; greves muitas vezes radicalizadas – inclusive na área de serviços públicos, como os de segurança e dos transportes coletivos. De modo geral, os cidadãos estão descontentes com o atendimento à saúde, com a educação sofrível e com a falta de moradia, principalmente nas grandes cidades.
Mesmo entre aqueles que declaradamente apoiam os atuais governos em todos os níveis, há um anseio por mudanças e melhorias. Destaco as reivindicações constantes por mais segurança, pelo fim da corrupção e pelo acesso a Justiça. Mas acrescento problemas crônicos que concorrem para o estado de ansiedade permanente das pessoas: uma distancia entre representante e representados, os limites de nossa Democracia representativa e a ausência de projetos nacionais e de lideranças que sejam efetivamente referencias de postura e para as ideias e os ideais que constituam a Nação!
Acho que é momento para refletir sobre esses assuntos, em todos os níveis. As pesquisas, as instituições, os sindicatos as associações profissionais devem inquirir os cidadãos porque querem mudanças e o que desejam. Precisamos respostas qualitativas. Precisamos de coragem e postura cívica para discutir o que precisa ser modificado, substituído. Tenho certeza que todas as respostas, em níveis que refletirão nossa diversidade, vão convergir para a indispensável necessidade de Reformas Institucionais.
A reforma política é uma delas. Temos 32 partidos mas há anos as eleições estão polarizadas entre pouquíssimos partidos que muitas vezes agem. Defendendo o voto distrital misto, o financiamento publico da campanha e assim por diante num esforço para qualificar a representação política. Sem lógica nas coligações a não ser a de desfrutar o poder. Mas outras reformas, como a administrativa, a fiscal e a do Judiciário devem ser postas em marcha também sob pena de continuarmos penalizando os cidadãos. O sistema tributário nacional – um dos maiores arrecadadores do mundo – prejudica os brasileiros mais pobres com impostos diretos e indiretos sobre o consumo e desestimula o investimento. A Justiça tarda e falha porque assiste melhor aos mais abastados; a administração, com milhares de cargos de confiança mas não de carreira, privilegia seu próprio funcionamento ao invés de eleger a satisfação dos brasileiros como princípio e fim da sua existência.
Precisamos de reformas previdenciária e trabalhista que respeitem direitos, conquistas, méritos, mas principalmente preparem como concorreremos com a nossa realidade demográfica e as modificações que a tecnologia impõe ao mundo do trabalho. Necessitamos reformar as escolas para que formem cidadãos ao invés de competidores e preparem todos para um aprendizado permanente. É mais do que certo que carecemos de saúde pública, de prevenção e vida saudável para reformar o viés da medicina curativa que exige centenas de especialidades, de hospitais e consome milhões de Reais para tratar das doenças.
Lamento que no seu último ano de governo, a Presidente Dilma Roussef nada pode apresentar que demonstrasse sua disposição e/ou empenho para que estas reformas se realizassem, mesmo dispondo de ampla maioria no Congresso Nacional.
Foram quatro anos em que nenhuma reforma ou projeto estratégico caminhou!
Reforma institucional é o caminho politicamente correto para consolidar as bem sucedidas estabilidade econômica e distribuição de renda conquistadas nas últimas duas décadas. As eleições devem ser uma oportunidade para refletir sobre o assunto, cobrar posicionamentos de todos os candidatos sobre isto e amadurecer propostas que poderão ser postas à mesa logo nos primeiros minutos dos próximos mandatos. Isso só se faz com o resgate da atividade política. Com essas ideias eu me comprometo!

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