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Mancha-bacteriana do maracujá: como reconhecer e conviver com a doença


Bernardo de Almeida Halfeld Vieira

A mancha-bacteriana é uma das principais doenças do maracujá, ocorrendo nas mais diversas regiões em que se cultiva esta fruteira. Foi constatada no Brasil no ano de 1967, no Estado de São Paulo e oficialmente em Roraima, em julho de 2005, afetando plantas de maracujazeiro-amarelo, cultivadas em plantio comercial na cidade de Boa Vista. Desde então a doença vem sendo freqüentemente diagnosticada no Estado.

Na época das chuvas, no segundo semestre de 2006, foi observada grande quantidade de frutos manchados em exposição para venda no comércio local. Portanto, a necessidade de se conhecerem alguns aspectos da doença é importante para que o produtor consiga êxito no controle da mancha-bacteriana do maracujá, cujos sintomas podem ser confundidos com os da antracnose, causada por um fungo.Vejamos algumas diferenças entre as duas.

Os sintomas da mancha-bacteriana são visualizados principalmente nas folhas, ocorrendo, inicialmente, pequenas pontuações de coloração verde-escuro, com aspecto encharcado. Um aspecto característico é que as manchas se iniciam a partir dos bordos das folhas e, com o passar dos dias, elas se expandem em direção ao centro, progredindo para uma queima severa, o que ocasiona redução na produtividade. Também é comum se observar uma borda amarelada ao redor da área afetada. Nos frutos as manchas são de coloração marrom-escuro, porém, não ocorre apodrecimento.

Já na antracnose, um aspecto marcante são as manchas deprimidas em folhas e frutos, onde se observam pequenas pontuações escuras. Esta doença, diferentemente da mancha-bacteriana, normalmente causa apodrecimento dos frutos. Um dos grandes problemas que vem sendo observado é a prática do agricultor em utilizar frutos provenientes de plantas doentes para fazer novas mudas, disseminando cada vez mais a doença, por meio das sementes. É comum ver em viveiros, plantas já apresentando sintomas da mancha-bacteriana, devendo-se eliminar este material. Já no campo, deve-se fazer a remoção de ramos com folhas doentes, retirando-se os restos de cultura do local, sempre lembrando que esta operação não deve ser feita quando as plantas estiverem sujeitas a molhamento foliar.

É importante notar que algumas práticas simples, já na implantação da cultura, podem evitar que grandes problemas se instalem, principalmente para uma doença de difícil controle como a mancha-bacteriana do maracujá.

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