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Mercado do boi em 2021


Caius Godoy - Dr. da Roça

A pandemia do Coronavírus criou um cenário desafiador ao pecuarista, mas que promete também um crescimento para os próximos anos em uma nova tendência.

Com a crise de Covid-19 em 2020/2021, pecuaristas de todo o Brasil enfrentaram um período difícil nos últimos dois anos. A alta do imposto sobre a arroba do boi, frente à alta do dólar, o aumento nos custos dos insumos e, do desabastecimento repentino de mercados e açougues, seguido de um recuo brusco do consumo interno, tornaram o preço do Boi no mercado não muito atraente em comparação ao preço dos grãos.

Desta forma, em razão da baixa oferta de mercado, os pecuaristas no Brasil estão retendo os animais nos pastos, a fim de evitarem quaisquer prejuízos.

A baixa oferta de carne (uma vez que os pecuaristas não estão negociando nenhum animal para o abate), faz com que o preço da carne nos açougues dispare e, por sua vez, o brasileiro é obrigado a optar por outras alternativas de consumo, como peixes, verduras e legumes. 

Com relação ainda aos preços dos insumos, o aumento dos custos do milho e da soja, por exemplo, gira atualmente em torno de 6%, sendo o maior dos últimos 15 anos. Esse valor se manteve acima do aumento da arroba do boi gordo, no início de 2020. 

E com isso, manter os cuidados com o animal e negociá-lo a um valor que seja justo ao produtor, se torna bem mais difícil. 

Um cenário complexo, fechado e que depende de fatores externos como a reabertura de mercado (fim das medidas restritivas e total ampliação da vacinação); a reestruturação de empresas do ramo que estejam quebradas ou sem investimentos em razão do fechamento obrigatório; a manutenção das taxas de desemprego (sem trabalho nem renda, o brasileiro muda os hábitos de consumo); além da queda dos custos de insumo, do preço do dólar e dos impostos sobre a arroba.  

E como esse cenário pode ser revertido? O que se espera do mercado do boi gordo em 2021/2022?

Para começar, para a próxima safra do verão 2021/2022, espera-se um aumento favorável da colheita, o que pode baixar o preço dos grãos, provocando uma queda também no custo dos insumos. Com os insumos mais baixos, torna-se possível encontrar meios de tornar a produção mais vantajosa para o pecuarista, visto que as exportações voltarão a crescer. Ou seja, embora o consumo interno ainda esteja acanhado, as exportações tenderão a equilibrar a balança no segmento.

Outro fator que tende a facilitar um pouco mais a vida, é a alta procura pelo boi magro, que se torna uma opção menos dispendiosa graças a suplementação de pastagem, que pode facilitar as negociações em torno da carne de bezerro. 

Esta, pode vir a se tornar uma nova tendência para o consumo interno em 2022, das as vantagens de se utilizar uma “carne de reposição”, caso boa parte dos fatores externos não ajudem a tornar o preço do boi gordo novamente vantajoso.    

A expectativa, contudo, é de crescimento.

Dr. Caius Godoy (Dr. Da Roça) é sócio na AgroBox Advocacia em Agronegócios.
e-mail: [email protected]

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