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Percevejos em soja


Dirceu N. Gassen
O percevejos estão ocorrendo em populações mais elevadas na safra 2001, sendo as mais freqüen-tes: Nezara viridula), Piezodorus guildinii), Diche-lops furcatus, Dichelops melachantus, Euchistus he-ros e Thyanta perditor. No Rio Grande do Sul e Santa Catarina a espécie mais freqüente em soja é Nezara viridula. A reprodução ocorre com maior intensidade nas cultivares precoces e a migração para as cultivares tardias determina a maior intensidade de danos no fim do período de colheita. O percevejo Edessa meditabunda está presente nas lavouras, porém não causa danos em soja. Alimenta-se no caule, nas hastes e nas folhas, mas não suga os grãos nem causa redução no rendimento de soja. O pervevejo Podisus sp. pertence à mesma família (Pentatomidade) dos percevejos praga, eventualmente suga seiva de plantas e é importante predador de lagartas, mas não suga grãos.
Amostragem Os percevejos infestam as lavouras de soja a partir das bordas de áreas onde os insetos passaram a fase de diapausa de inverno ou de áreas de legumino-sas de primavera (cornichão, alfafa, ervilhaca etc) onde completaram o ciclo biológico. As cultivares de soja tardias tendem a ter infestação mais elevada por causa da migração de áreas de soja colhidas (precoces). A amostragem pode ser feita com o pano de batidas ou pela visualização direta dos insetos na primeira hora de sol, pela manhã, quando os percevejos expõem o corpo à radiação solar. Danos Os danos causados por percevejos ocorrem a partir da fase de formação de grãos. Nas fases de desenvolvimento vegetativo e de floração, os percevejos alimentam-se nas hastes e folhas das plantas, sem causar redução no rendimento de grãos. A fase de enchimento de grãos é a mais crítica para o dano de percevejos. A alimentação em grãos pequenos resulta na morte e na queda de legumes. A alimentação em grãos cheios afeta, principalmente, a germinação e o vigor das sementes. A “retenção foliar” ou “soja louca” é uma reação natural da planta à falta de grãos e legumes. Qualquer fator que provoque a queda de legumes (praga, doença, seca, estresse etc.) induz à retenção foliar da soja. Portanto, não procedem as informações de que percevejos injetariam toxinas ou microrganis-mos, resultando na retenção foliar. O nível de controle em lavouras destinadas à produção de grãos para indústria é de 4 perceve-jos/m2. Em lavouras para produção de sementes é necessário monitorar periodicamente e controlar a praga no início da infestação. Os percevejos alimentam-se até a fase de colheita em grãos secos e a redução na população de plantas de soja, de 30 para 15/m de fileira determinou a necessidade de maior cuidado com o dano da praga na produção de sementes.
Controle O controle de percevejos é indicado com os in-seticidas monocrotofós, metamidofós, endossulfam, fenitrotiom e triclorfom. Os inseticidas piretróides são ineficientes para o controle dessas pragas. Para o controle de percevejos não é necessário que o inseticida tenha ação sistêmica. Os inseticidas endossulfam, fenitrotiom e triclorfom são recomendados para o controle dessas pragas e não tem ação sis-têmica. A intoxicação da praga ocorre, principalmen-te, através dos pelos dos tarsos dos insetos e pelo hábito de limpar o aparelho bucal com os tarsos conta-minados. Com base em resultados de pesquisa, não se re-comenda a mistura de sal com doses reduzidas no Rio Grande do Sul.

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