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Perspectivas Agrícolas: Sustentabilidade



Samuel de Assis Silva

A agricultura gera todos os anos bilhões de dólares e traz tranqüilidade ao cenário econômico nacional por movimentar uma quantia expressiva de capital. Pode-se afirmar seguramente que nosso país possue uma base agrícola sólida, mas que necessita de investimentos seja do setor privado como, principalmente, do setor público.

Um fato marcante observado na agricultura brasileira relaciona-se à região Centro Oeste, considerada por muitos estudiosos da área como o celeiro produtivo nacional, onde os investimentos do setor público são mínimos quando cotejado aos maciços investimentos do setor privado.

Durante muitos anos os agricultores brasileiros buscaram expandir as áreas agricultáveis do país, e para que essa expansão fosse possível grandes áreas foram desmatadas, muitas impróprias para o desenvolvimento agrícola, o que causou forte impacto ambiental e social.

A expansão de áreas agrícolas iniciada na ultima década do século passado vem sendo custeada, na maioria dos casos, pelo setor privado que vê na agricultura e nessa expansão uma possibilidade real de novos é vantajosos negócios, alavancando assim a idéia do Agronegócio.

Isso porém acaba gerando um problema, pois a maioria das empresas que estão diretamente envolvidas nesse avançar da agricultura e que se dedicam a oferecer estratégias práticas para o setor agrícola estão diretamente relacionadas à produção e comercialização de insumos e defensivos agrícolas, o que tende a levar a um uso indiscriminado e muitas vezes incorreto desses produtos, causando sérios impactos no ambiente natural e até mesmo social.

Novas tecnologias vêem sendo implementadas no campo aproximando técnicos, pesquisadores e agricultores (independente do potencial produtivo), o que tende a fortalecer ainda mais a agricultura nacional.

Um mercado mais exigente em qualidade e sanidade dos produtos agrícolas tem forçado a adoção de técnicas (já usadas em outros paises mas que somente agora ganha força no Brasil) de produção que busquem a sustentabilidade do ambiente rural como um todo. Essas novas tendências tendem a racionalizar o uso de insumos agrícolas, reduzir os níveis de resíduos de agroquímicos, potencializar o setor produtivo gerando novas vagas de emprego em todos os ramos da atividade agrícola, agregar valor aos produtos que se enquadram nessa nova metodologia de produção devido ao pronto atendimento às exigências do mercado externo.

Uma barreira dessa agricultura sustentável, será a otimização das áreas agricultáveis, ou seja, aumentar a produtividade sem a necessidade de expansão territorial. Manter níveis de produção satisfatória aliada a qualidade e pureza dos produtos devem estar no foco de novas pesquisas e desenvolvimento de tecnologias.

Existem exemplos de práticas sustentáveis e eficientes como a PIF (produção integrada de frutas), os monitoramentos de doenças e pragas que buscam diagnosticar e precisar o momento adequado de se usar controle químico, contradizendo os calendários agrícolas relacionados ao uso de defensivos.

Com o intuito de se adequar a essa realidade os órgãos fiscalizadores estão montando estratégias de classificação e vistoria para garantir a qualidade e a sustentabilidade dos sistemas agrícolas, assegurando a rastreabilidade desses produtos, o que permitirá solucionar problemas em seus locais de origem.

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