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Plantabilidade e a qualidade da semente


Amélio Dall’Agnol
Olantabilidade é um termo relativamente novo no vocabulário agrícola brasileiro e indica a qualidade de estabelecimento de uma lavoura. Os sinais visíveis de uma boa plantabilidade são a uniformidade de espaçamentos entre as plantas na fileira, com ausência de falhas e linhas duplicadas, o que resulta numa população de plantas de altura e maturação uniforme e com quantidade similar de grãos/planta. 
Para conseguir tais objetivos, precisa-se de máquinas modernas e bem reguladas, capazes de distribuir as sementes em espaçamentos e profundidades iguais, para emergirem simultaneamente. Isso não depende apenas de uma boa máquina, mas, também, de um bom operador da semeadora.
Além de uma boa máquina e de um operador responsável, a boa plantabilidade não dispensa uma semente de boa qualidade, um bom manejo do solo e condições climáticas favoráveis para que a semente germine sem problemas. 
Embora sejam vários os fatores que determinam a boa plantabilidade, a semente é a alma desse negócio. Sementes de qualidade têm alto vigor e alto poder germinativo, o que determina, inclusive, menor necessidade de sementes por hectare e sua classificação por tamanho ajuda a melhorar a plantabilidade, porque sementes com tamanhos uniformes facilitam a melhor distribuição pela semeadora. 
Contudo, sementes de qualidade custam mais! Nada, no entanto, que não valha a pena pelos benefícios resultantes em aumentos de produtividade. Contudo, muitos produtores não se apercebem disso e pensam estar levando vantagens quando semeiam grãos próprios ou sementes piratas.  Pior, ao dispensar a compra de sementes de boa origem, além da potencial redução na produtividade, estão inviabilizando o produtor de sementes e, por tabela, os programas de melhoramento genético, responsáveis pelo desenvolvimento de novas variedades, que sobrevivem dos royalties pagos pelo comércio das sementes.  
Quem se aventura no desenvolvimento de novas sementes precisa ter a certeza de que será recompensado economicamente, na eventualidade de ter êxito no desenvolvimento de uma cultivar de sucesso. Sem essa expectativa não haverá estímulos ao desenvolvimento de novas variedades e os programas de melhoramento genético desaparecerão. O maior prejudicado será o próprio produtor, que não mais terá novas cultivares para escolher, todo o ano. Dispensando a compra de sementes certificadas em favor das piratas, o agricultor está dando um tiro no próprio pé.
Os produtores precisam entender que quando pagam royalties por uma nova semente, não estão sendo explorados, mas apenas ressarcindo o obtentor pelo trabalho e pelos gastos efetuados no desenvolvimento de um produto que aumenta os ganhos do produtor, seja reduzindo os seus custos de produção ou aumentando a sua produtividade. 
Quem investe em novos desenvolvimentos tecnológicos o faz na expectativa do lucro, igual o produtor faz quando semeia uma nova cultivar, pensando nos ganhos que terá pela venda de uma produção maior.

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