CI

Recuperação, transmissão e erradicação de Drechslera teres, associado a semente de cevada


Antonio Mauro Rodrigues Cadorin
A cevada é a segunda cultura de inverno em valor econômico no Sul do Brasil. Devido a condições climáticas e à suscetibilidade dos cultivares, ocorrem diversas doenças neste cereal. Entre elas destaca-se o oídio, a mancha marrom, a mancha-em-rede e a ferrugem da folha.


A mancha-em-rede, causada por Drechslera teres (Sacc.) Shoem., foi uma das doenças mais importantes da cevada cervejeira até o lançamento da cultivar BR 2, altamente resistente. No entanto esta doença continua sendo uma ameaça a cultura, exigindo, para tal, estudos de medidas de controle. Sementes infectadas são a principal fonte de inóculo para o patógeno. Neste trabalho procurou-se identificar um meio de cultura sensível para a detecção de D. teres em sementes. Entre os meios testados, destacou-se o de Reis (1983), o qual foi superior estatisticamente aos demais.

Sugere-se que este meio seja utilizado em laboratórios de patologia de sementes em substituição ao método de papel de filtro + congelamento. Procurou-se, também quantificar a transmissão do patógeno das sementes às plúmulas a qual ocorreu a uma taxa de 9,85 %. A erradicação do patógeno veiculado pelas sementes foi obtida "in vitro" com o fungicida triacetato de iminoctadina, nas doses de 300 a 350 mL do produto comercial para 100 kg de sementes.

Pela primeira vez isolado o fungo presente em amostras de sementes de cevada procedentes da Argentina, foi insensível ao fungicida triadimenol em doses de 20 - 50 g i.a. por 100 kg de sementes. Em relação ao isolado de sementes brasileiras, o mesmo manteve a insensibilidade àquele fungicida. Finalmente, em parcelas de campo, o desenvolvimento da doença a partir de sementes, em área de rotação de culturas onde a cevada não foi cultivada nas duas ultimas safras , a incidência foliar ficou abaixo do LDE.


Nas parcelas com sementes tratadas, com triacetato de iminoctadina a incidência foliar média de D. teres, foi de 16,07 %, enquanto que na testemunha o valor atingido foi de 61,07 %. Conclui-se que, pela prática da rotação de culturas associada ao tratamento de sementes com fungicida e dose eficiente, é possível manter-se a incidência foliar abaixo do limiar de dano econômico que é de 60 a 70 %, mesmo em estação de cultivo com elevada precipitação pluvial.

Resumo da dissertação apresentada á Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da UPF, para obtenção do título de Mestre em Agronomia – Área de concentração em Fitopatologia. Junho de 1998.

ORIENTADOR: Prof. Dr. Erlei Melo Reis

Assine a nossa newsletter e receba nossas notícias e informações direto no seu email

Usamos cookies para armazenar informações sobre como você usa o site para tornar sua experiência personalizada. Leia os nossos Termos de Uso e a Privacidade.