Como havia prometido, em doses homeopáticas com o objetivo de proporcionar a curiosidade dos leitores para os próximos capítulos, além de não tornar monótona a leitura, hoje falarei sobre seleção e tipos de seleção, seus usos e fatores determinantes. Boa leitura e se alguma dúvida surgir, é só entrar em contato.
SELEÇÃO
Para facilitar o entendimento, far-se-á, primeiramente, uma breve introdutória sobre a forma de determinação do fenótipo de um indivíduo.
O fenótipo, ou características exteriores de um indivíduo, é determinado pelos seguintes fatores: influência ambiental a qual o indivíduo esta submetido; ao genótipo, que representa metade do material genético de procedência materna e metade de procedência paterna e, por último, da interação existente entre o genótipo e as influências ambientais.
A fórmula básica do melhoramento genético é: P=G+E+GE; onde P representa o fenótipo (que em inglês se escreve phenotype); G representa o genótipo; e o ambiente (que em inglês se escreve Environment); GE representa a interação que existe entre o genótipo e o ambiente.
No aspecto que diz respeito ao melhoramento genético animal, seleção significa a escolha daqueles indivíduos para a reprodução que serão os pais da geração seguinte. É uma força capaz de atuar na população para promover alteração das freqüências gênicas e genotípicas (PEREIRA, 1996).
Assim, busca-se identificar os animais de genética superior e utilizá-los em programas de reprodução para que se melhora as características produtivas do rebanho.
Ao se escolherem reprodutores pelo fenótipo, surgem duas possibilidades: ou se leva em conta a morfologia (o estudo das formas e estruturas) do animal, isto é, suas características exteriores, tais como pelagem, conformação, tipo de ubere, veias mamarias etc, e/ou mede-se as produções dos indivíduos, que nada mais são do que as manifestações das atividades fisiológicas (GIANNONI & GIANNONI, 1987).
SELEÇÃO PELO TIPO
Com o passar dos anos, houve um ininterrupto aumento no numero de criadores, principalmente, daqueles apaixonados por determinadas características de raças puras, interessados nas diferentes possibilidades de escolha, tornando-se necessária a criação de associações de criadores de raças. Essas associações tiveram de estabelecer padrões raciais e a instituição de registros genealógicos, determinado pelo conjunto de características externas dos animais, próprios de cada raça. Tinham por responsabilidade encarregar-se de preservar e melhorar tais características, procurando ajusta-las as tendências funcionais e de mercado de cada uma das raças, através de registros seletivos - registros que tinham a mesma finalidade dos pedigrees de hoje, isto é, utilizá-lo na determinação de quais eram os melhores animais aptos à reprodução.
No trabalho do melhoramento genético animal deve-se ter como meta identificar animais que forneçam maior quantidade de produto, produto de melhor qualidade, em menor tempo e com menor custo. Deve-se lutar para que os conceitos de tipo e exterior tenham uma menor influência na escolha dos reprodutores, principalmente porque não se aproveitam pelagens, chifres e conformação para a alimentação humana. Portanto, atinge-se mais rapidamente melhores produções empregando-se métodos de seleção que buscam estimar o valor genético dos indivíduos.
Torna-se importante destacar que, na atualidade, a seleção pelo tipo e' importante para preservar as características exteriores de cada raça, só que se torna mais importante saber dosar o valor a ser dado ao exterior dos animais e às suas características econômicas, procurando sempre relacionar o lado estético com o funcional e econômico.
A principal falha na seleção pelo tipo é não permitir que se avaliem fatores de interesse produtivo, tais como: velocidade de ganho de peso, capacidade reprodutiva, conversão alimentar, etc.
A avaliação visual dos animais é uma ferramenta básica para o selecionador. Entenda-se por selecionador não só técnicos especializados mas, principalmente, o produtor que busca melhorias produtivas em seu(s) rebanho(s). Nenhum outro
instrumento de seleção tem a capacidade integradora de
informações como o olho humano, anteriormente bem treinado e orientado. Ao determinar-se as características morfológicas dos animais pode-se determinar seu possível tipo biológico: tardio, médio, precoce, ou ate' mesmo, ultra-precoce.
O objetivo básico e direcional das características envolvidas na avaliação do tipo é identificar aqueles animais que, nas condições viáveis de criação, aliadas as exigências do mercado consumidor, cumpram seu objetivo, eficientemente, num menor intervalo de tempo.
SELEÇÃO PELO DESEMPENHO
Seleção pelo desempenho ou pela "performance" é a escolha de reprodutores e matrizes com base em suas produções e/ou na de seus parentes próximos. Ao se compararem animais pelas produções, que nada mais são do que expressões fenotípicas, fica claro que todos os animais avaliados devem estar sob condições ambientais semelhantes (GIANNONI & GIANNONI 1987).
Se o ambiente for favorável para todos os animais em teste, os genótipos terão condições de expressarem as suas potencialidades ao máximo e, se for uniforme, as diferenças encontradas nos valores fenotípicos dos animais avaliados deverão ser, com maior intensidade, conseqüência das diferenças genotípicas. Desta forma, usando os valores fenotípicos dos indivíduos em teste, pode-se estimar os seus valores genéticos.
Para que se de continuidade ao raciocínio da importância do uso das ferramentas de seleção nos programas de melhoramento genético de bovinos, deveremos fazer uma breve revisão sobre os parâmetros genéticos utilizados, suas aplicações e inter-relações entre características. Portanto após especificadas as relações de parâmetros genéticos, mais para frente escreverei mais detalhadamente a respeito de seleção pelo desempenho.
Por enquanto é isso meus amigos, alguns dados pesquisados para que proporcione a voce, produtor rural ou interessado no assunto ter maior facilidade de familiarização. Desejo uma boa semana e tenho encontro marcado com vocês nos próximos dias.
See you later, mate!
