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Análise semanal do mercado do trigo

Sustentação dos preços em Chicago se deu pelo clima desfavorável junto às Planícies produtoras dos EUA


As cotações do trigo em Chicago deram um salto durante esta semana, batendo em US$ 4,43/bushel no dia 03/05, porém, perderam muita força na quinta-feira (04) ao fechar, o primeiro mês cotado, em US$ 4,26/bushel. As cotações mais elevadas não eram vistas desde meados de fevereiro passado. A título de comparação, a média de abril ficou em US$ 4,20/bushel, contra US$ 4,27 em março.

A sustentação dos preços em Chicago se deu pelo clima desfavorável junto às Planícies produtoras dos EUA, sendo registradas nevascas no oeste do Kansas e sudeste do Colorado, em plena primavera daquele país. Já no Mercosul, a tonelada FOB para exportação não se alterou, ficando entre US$ 175,00 e US$ 192,00.

No Brasil, o mercado apresentou um pouco mais de liquidez neste início de maio. A média gaúcha no balcão registrou R$ 28,40/saco, enquanto os lotes se mantiveram entre R$ 31,00 e R$ 32,00/saco. No Paraná, os lotes se mantiveram, na referência, igualmente entre R$ 36,00 e R$ 38,00/saco, não havendo mudanças nos preços médios do balcão.

Vale registrar que a Argentina reviu para cima sua produção final de trigo, com a mesma atingindo agora 18 milhões de toneladas, contra as 15 milhões estimadas anteriormente. Isso confirma nossos alertas de que a tendência de colheita na Argentina era de forte aumento na produção devido a retirada do imposto de exportação. De um total de 16 milhões de toneladas disponíveis no vizinho país, contabilizando o estoque de passagem, os argentinos já teriam negociado 12 milhões de toneladas. O Brasil, que no total já importou mais de 5,2 milhões de toneladas, deverá adquirir no exterior ainda mais um milhão de toneladas, pelo menos, entre maio e agosto (mês em que se encerra o atual ano comercial).

A pequena elevação do câmbio durante a semana, embora tenha melhorado um pouco a competitividade do trigo nacional perante o importado, ainda não permite entusiasmar os produtores nacionais do cereal. Aliás, os importadores continuam dando preferência ao produto argentino.

Enfim, vale destacar que começa a diminuir consideravelmente a disponibilidade de trigo para exportação junto aos países vizinhos do Mercosul. Isso deverá oferecer um pouco mais de liquidez ao produto brasileiro nas próximas semanas, podendo melhorar o preço interno, o qual lentamente parece iniciar uma reação.
 

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