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CEEMA : Mercado da soja

As cotações da soja, em Chicago oscilaram um pouco durante a semana,


Intenção de plantio da soja ficou em 3% de aumento na área, sobre o ano anterior

As cotações da soja, em Chicago, oscilaram um pouco durante a semana, com o primeiro mês cotado tentando romper definitivamente o teto dos US$ 12,00/bushel, porém, sem sucesso. Tudo isso, na expectativa dos relatórios de intenção de plantio e estoques trimestrais nos EUA, anunciados nesta quinta-feira (28). Neste sentido, os relatórios trouxeram os seguintes números:

a) a intenção de plantio da soja ficou em 3% de aumento na área, sobre o ano anterior;

b) com isso, a área de soja a ser semeada nos EUA, neste ano, tende a ser de 35 milhões de hectares;

c) os estoques trimestrais, na posição 1º de março, subiram 9% sobre igual período do ano anterior, ficando em 50,3 milhões de toneladas.

Estes números ficaram dentro da expectativa média do mercado. Com isso, o fechamento da quinta-feira (28) pouco se alterou, em relação ao dia anterior, ficando em US$ 11,91/bushel, contra US$ 12,12 uma semana antes. A partir de agora o clima nos EUA, sobre a safra de verão local, será uma das principais referências para o comportamento das cotações. Enquanto isso, aproveitando-se de um Chicago mais firme, da manutenção de um câmbio ao redor de R$ 5,00 por dólar, e prêmios com indicativo de melhoria para os meses futuros, mesmo que ainda baixos, os preços no Brasil melhoraram novamente. A média gaúcha fechou a semana em R$ 115,15/saco, enquanto as principais praças locais registraram valores entre R$ 114,00 e R$ 115,00. Já no restante do país os preços oscilaram entre R$ 103,00 e R$ 109,00/saco.

Neste contexto, vale destacar que a colheita brasileira da soja atingiu a 69% da área até o final da semana anterior, contra 71,7% na média histórica para esta data. O Rio Grande do Sul registrava 8% da área colhida, em 28/03, contra a média histórica de 27% nesta data. E no Paraná, a colheita atingia a 87% da área nesta semana, com uma produção esperada de 18,3 milhões de toneladas, ou seja, 3,5 milhões a menos do que o inicialmente esperado. Dito isso, continuam as divergências sobre o total de safra que será colhido no Brasil neste ano.

Enquanto muitas instituições públicas e privadas avançam um volume abaixo de 150 milhões de toneladas, a consultoria Agroconsult, por exemplo, informa que, através do uso de imagens de satélite e números obtidos no seu tradicional Rally da Safra, a produção brasileira poderá ser bem maior, podendo chegar a 156,5 milhões de toneladas, com produtividade média nacional em 56,2 sacos/hectare, sendo que para o Rio Grande do Sul esta produtividade chegaria a 57,2 sacos/hectare.

Apesar deste maior otimismo na produção final, números apontados pela Datagro dão conta de que, pela primeira vez, após 17 safras consecutivas de bons resultados na média nacional (exclui-se o Rio Grande do Sul em função das últimas frustrações importantes ocorridas), um número “expressivo de produtores de soja no país terá resultados negativos com a soja neste ano”. Isso confirma nossos alertas, pois além de algumas perdas na produção, a forte queda nos preços diante de custos ainda elevados, poderia determinar este quadro negativo.

Segundo a citada consultoria, “foi observada expressiva retração nos custos operacionais de produção, da safra 2023/24 de soja, nos estados do Mato Grosso, Paraná e Rio Grande do Sul, líderes nacionais na produção da oleaginosa, porém, esse recuo acontece sobre uma base muito elevada, depois dos fortes aumentos registrados nas safras 2021/22 e 2022/23 (...), e, por outro lado, houve aumento expressivo nos custos fixos”. Ainda segundo a Datagro, “depois de 17 anos seguidos de renda dominantemente positiva aos produtores brasileiros de soja, a temporada da safra 2023/24 corre o risco de ter resultados negativos para a maioria. Só conseguirá atingir o 18º ano de lucratividade bruta favorável aqueles produtores que obtiveram sucesso na produtividade média.”. Por sua vez, a exportação de soja brasileira, em março, foi revisada para baixo, ficando em 13,5 milhões de toneladas, segundo a Anec. Lembrando que em março do ano passado o volume exportado alcançou a 14,4 milhões de toneladas. Já o farelo de soja terá exportações de 1,9 milhão de toneladas.

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